Querida avó,

Enquanto escrevo a carta de hoje, vou ouvido os belíssimos CDs dos grupos Gospel Collective e dos Shout!, sou fã de ambos. Ouço-os inúmeras vezes, nesta altura do ano, tanto em casa como nos espetáculos a que vou assistir.
Recentemente, fui ouvir os Gospel Collective no Panteão Nacional, onde o grupo apresentou cânticos da quadra natalícia. Foi uma experiência única. Ao mesmo tempo que fomos levados a explorar a arquitetura, a acústica e o espaço, fomos brindados com o repertório que se baseia no cancioneiro norte-americano, não deixando de parte as suas facetas mestiças, africana e lusófona.

O Natal é uma época de celebração e tradições. As tradições de Natal mudaram ao longo das décadas, mas muitas delas ainda são mantidas até hoje.

Uma das minhas tradições de Natal sempre foi abrir os presentes que estavam por baixo da Árvore de Natal (os meus e os dos outros). Isso não acontecia na manhã do dia 25 de dezembro, mas, sim, ao longo do mês, quando os meus pais estavam no trabalho e eu estava em casa, sozinho, nas férias escolares.

As decorações de Natal também mudaram ao longo dos anos. As luzes de Natal são uma decoração popular que tem sido usada durante décadas. No entanto, as luzes de Natal modernas são mais eficientes em termos energéticos e duram mais tempo do que as luzes de Natal antigas. As decorações de Natal modernas incluem enfeites de Natal, guirlandas e árvores de Natal artificiais. Existem “tendências de decoração”. Já não são as mesmas ano após ano. Depende do espírito natalício de cada um.
Por falar em tradições natalícias, umas das minhas tradições, nos últimos anos, é ir ver os Gospel Collective que atuam, precisamente, no Dia de Natal no Casino Lisboa, que oferece, assim, um verdadeiro presente de Natal aos seus visitantes.

As tradições de Natal vão mudando e nós adaptamo-nos às novas realidades.

Boas Festas.
Bjs

Querido neto,

Os tios que me criaram eram fanaticamente ateus. Por isso lá em casa presépios era coisa que não havia (acho que fiz o primeiro presépio já a minha filha tinha nascido – hoje faço coleção e tenho quase 200).

Mas claro, Natal era a festa da família e lá vinham todas as velhas tias e tios da terra que ficavam em nossa casa uma data de dias. Iam todas as noites à segunda sessão duma revista do Parque Mayer, lugar que, como todos nós sabemos, teve sempre um significado muito natalício…
Eu era miúda e ficava em casa. A minha tia deitava-me antes de saírem, fechando todas as luzes para eu adormecer depressa.

Eles saíam para a rua – ao mesmo tempo que eu saía da cama para brincar. Aproveitava e ia ver as prendas que todas me tinham trazido e que eu só podia desembrulhar na noite de 25. Eu sabia na perfeição desembrulhar as prendas e depois voltar a embrulhá-las, sem ninguém perceber nada.

Quando eu via que era a hora de os tios e tias chegarem, eu enfiava-me na cama e estava tão bem a dormir que era um gosto ouvi-los, “Como ela dorme bem! Nem acordou quando nós entrámos!”.
No dia seguinte, na altura de ver as prendas, eu dava gritos de espanto e alegria ao abrir cada embrulho!
Depois cresci e essas coisas deixaram de ter graça, até porque tudo tem um tempo.

Em adulta comecei a colecionar presépios. Que também não são assim muito “normais”. As minhas recentes aquisições (ou prendas de amigos) tem o São José, Nª Senhora com o Menino ao colo – numa prancha de surf, e outro em que estão enfiados num tarro alentejano.
Há manias piores que esta…

E se alguém encontrar por aí um presépio estranho (não vale ser igual a todos…) é só avisarem-me.

Boas festas!
Bjs