Previsões Internacionais. Um ano denso, mas revolucionário e esperançoso?

Segundo o astrólogo João Medeiros, 2024 não é, à partida, um ano de enormes consensos. “Um ano agitado politicamente, institucionalmente instável, tecnologicamente futurista e democraticamente ativo”, resume.

Somos todos diferentes. Uns vivem à “mercê do vento” e aceitam as coisas tal como elas são e acontecem. Não anseiam saber o que acontecerá a seguir e acreditam que a vida deve ser vivida um dia de cada vez, sem poucas expectativas. Um pouco descrentes, céticos ou simplesmente despreocupados. Outros, se pudessem, saberiam tudo para se poderem precaver, controlar o rumo da vida, gerir melhor o tempo, saber onde vale a pena depositar energia ou não. De qualquer das formas, todos os anos, basta pesquisar um pouco para encontrar algumas previsões daquilo que o ano novo trará. São inúmeras as áreas que nos podem “dar” essas respostas. Mas foquemo-nos na Astrologia.

Um ano de revolução

“A minha visão dos trânsitos para 2024 não coincide com a esmagadora maioria dos outros astrólogos”, começa por afirmar ao i o astrólogo João Medeiros. Segundo o especialista, cada um tem as suas técnicas e as suas abordagens. “Ou seja, isto não é uma coisa tipo: ‘Os astrólogos acham!’. A astrologia mundial não está muito bem desenvolvida em termos de estudos credíveis. Há uma certa divergência”, aponta.

Na sua opinião, a energia dominante do ano é Vénus com o auxílio da Lua. “Isto quer dizer que haverá tons parecidos com 2024 do que aconteceu em anteriores anos de Vénus que se repetem de 7 em 7 anos. Quer dizer que o último foi em 2017, o anterior 2010, antes disso, 2003”, explica. As tónicas, normalmente, nos anos de Vénus são “tónicas de movimentos pró independentistas”, tónicas de, muitas vezes, “a mulher assumir mais predominância”. “Vimos isso em 2017, com o movimento #Metoo. São anos em que, normalmente, há mais manifestações populares, mais manifestações pela democracia, anos em que, normalmente, há fins de longas guerras ou de conflitos, o que nos pode dar alguma esperança sobretudo para o conflito da Ucrânia”, continua o astrólogo.

Normalmente, em média, são anos “mais positivos do que negativos em termos de economia” e onde há “mais movimento jovem e artístico”. “Ou seja, são anos um bocado revolucionários, como aconteceu com a Primavera Árabe”, acrescenta. No entanto, alerta, é preciso lembrar que os anos astrológicos começam oficialmente na primavera. Não começam no ano novo! “Quando eu digo ‘o ano de Vénus’, embora se note já um pouco dois a três meses antes do dia 21 de março, só começa o ano novo de 21 de março de 2024 a 21 de março de 2025”, afirma João Medeiros. “A co-regência da Lua tem a ver precisamente com o mapa astrológico do início da primavera que é o mais relevante para os 12 meses seguintes e que tem uma forte tonalidade lunar”, conta, explicando que os anos com tonalidades lunares, são anos em que há mais eleições. “Em que o povo é chamado a dar a sua opinião e a assumir o seu poder. Coincidentemente ou não temos duas grandes eleições mundiais a acontecer este ano: as Europeias e as Americanas. Estas definem muito o estado da economia e da política nos anos futuros”, revela.

Segundo o especialista, uma vez que a Lua deste ano novo está em Leão, em oposição ao planeta Plutão, dá ideia de que vai haver mais clareza do conflito entre os movimentos pró-democráticos e, no fundo, a corrupção corporativa e política. “Os temas da corrupção versus democracia, à partida, serão temas que irão ter cada vez mais expressão este ano, ou pelo menos mais visibilidade”, acredita.

Sendo que quando a Lua está em Leão, continua, “os movimentos pró-soberania dos países, ou seja, em que os países tendem a assumir-se mais na sua identidade nacional do que numa identidade coletiva, tipo numa associação como a UE, tomam mais medidas pró-nacionalistas do que a favor de uniões internacionais”. “Por exemplo (não estou a dizer que isso se vá repetir de novo), mas quando o Trump ganhou as eleições, foi também num ano com a Lua em Leão”, exemplifica. “Há necessidade de líderes que assumam um bocadinho essa face dos países versus medidas internacionais. Isto são tendências genéricas”, sublinha.

Tecnologia, redes sociais e imprensa

Em termos um bocadinho mais específicos dos trânsitos, desde 2020 e 2023, afirma o astrólogo, estamos a viver a transição de signo de Plutão, de Capricórnio para Aquário. “Normalmente quando um planeta considerado lento muda de signo, são anos mais instáveis, sobretudo em termos políticos, em que há mudança de paradigmas”. “A entrada de Plutão para Aquário, vem acrescentar muito esta tonalidade do poder para o povo e a tonalidade de como é que será o papel das tecnologias na política. Por exemplo, na Primavera Árabe aconteceu que a revolução teve como ignição partilhas de informação nas redes sociais. ‘Qual o papel das redes sociais nos poderes políticos’, também parece ser um tema forte para 2024”, prevê. Depois, “Plutão em Aquário, sendo Aquário um signo das tecnologias e futurista e Plutão um planeta de morte e transformação, vai exacerbar muito possivelmente a aceleração de tecnologias novas como a Inteligência Artificial, a robotização, os drones, etc”, acrescenta.

De acordo com João Medeiros, outros trânsitos que são também considerados interessantes mas que, no fundo, vão colaborar no sentido de tudo o que referiu: “Júpiter todos os anos muda de signo e este ano vai mudar mais ou menos em junho de Touro para Gémeos. Enquanto esteve em Carneiro, mais ou menos em 2022, houve o aumento do preço da energia, da guerra no Ucrânia; em 2023, com Júpiter a entrar em Touro, houve o tema dos juros, porque Touro também tem a ver com o preço do dinheiro, com a inflação nas coisas básicas… Júpiter a entrar em Gémeos a partir de junho, poderá causar aqui alguma contribuição para se valorizar de forma diferente as coisas de Gémeos. Ou a imprensa, ou os meios de comunicação social, ou os carros e veículos e as notícias em geral”, alerta. Porquê? “Gémeos regula os media. Atendendo às outras questões, dá a ideia de que se vai rever um bocadinho qual é que é o papel da imprensa e qual o papel da imprensa corporativa versus o papel da imprensa feita pelos próprios cidadãos como está a acontecer, por exemplo, na rede social X, ex Twitter”, conta. “Jornalistas de grandes cadeias têm criado o seu próprio canal no Twitter com mais visibilidade e impacto, do que dentro das próprias cadeias de televisão. Não sei se alguns canais irão falir, outros nascer, ou se irão fundir… A partir de meio do ano – fim agosto – temos uma quadratura de Júpiter e Saturno, Júpiter em Gémeos, Saturno em Peixes, com trânsito Marte lá no meio que, no fundo, são trânsitos típicos de crises institucionais. O que quer dizer que, à partida, pode haver muita divisão política, pouca união, pouco consenso, e muita discórdia. Nalguns países isso pode ser um bocadinho mais radical e até haver alguns conflitos internos”, aponta ainda.

Por isso, segundo o astrólogo, não é, à partida, um ano de enormes consensos. “Um ano agitado politicamente, institucionalmente instável, tecnologicamente futurista e democraticamente ativo”, resume.

Além disso, continua o especialista, Saturno continua em Peixe e tem-se acentuado cada vez mais – uma vez que Peixe também é um tema que tem a ver com as migrações –, as fronteiras e as dificuldades dos países as reterem. “É normal, sobretudo até 2025, que possa haver um descontrolo nalguns países. “É um tema que também estará na ‘baila’”, acredita. “Depois, em termos de meses em particular, dá a ideia que abril, final de março, sejam meses mais críticos em termos da guerras. Maio, parece ser um mês de mais esperança e no fim de agosto, setembro, já voltamos a ter um ambiente um bocadinho mais denso até às eleições americanas. Apesar disto tudo, acho que será um ano de esperança e de renovação”, remata João Medeiros.

Conflitos, tumultos e desastres

Mas há outras previsões que não são tão animadoras… De acordo com o texto de 1555, Les Prophéties, em português, As Profecias, de Nostradamus, conhecido como o famoso profeta do juízo final francês do século XVI, 2024 vai trazer grandes mudanças, conflitos globais contínuos, tumultos reais e desastres humanitários (ver Págs. 8-9). Recorde-se que, no passado, lhe foi atribuída a previsão da ascensão de Adolf Hitler, as bombas atómicas de Nagasaki e Hiroshima, o assassinato de John F. Kennedy, a Segunda Guerra Mundial, os ataques do 11 de setembro e a morte da Rainha Isabel II, em 2022. Por outro lado, este enganou-se sobre o final do mundo – que segundo os seus escritos deveria ter acontecido em 1999 –, e sobre a vinda do anticristo, em 2023.

Para este ano, segundo a Euronews, Michel de Nôtre-Dame, que foi médico durante a Renascença e também praticava alquimia, previu “combates e batalhas navais” e disse que um “adversário vermelho empalidecerá de medo/ Pondo o grande Oceano em pavor”. De acordo com o New York Post, o “adversário vermelho” pode ser uma alusão à China e à sua bandeira vermelha. A “batalha naval”, por sua vez, pode ser uma referência às tensões do país com a Ilha de Taiwan.

Numa outra passagem do seu texto, Nostradamus escreve que um “Rei das Ilhas” será “expulso à força”, o que poderá ser uma referência ao Rei Charles III. Segundo reporta o IFLScience, outra passagem também é entendida como uma alusão ao atual rei inglês: “Logo depois de uma guerra desastrosa um novo rei será ungido/ Que, por um longo tempo, apaziguará a terra”.

O autor britânico Mario Reading, falecido em 2017, especialista no profeta francês, já havia analisado segundo os versos de Nostradamus, que Charles III pode abdicar do trono devido aos “ataques persistentes contra ele e sua segunda esposa”: “Porque eles desaprovaram de seu divórcio, um homem que, depois, foi considerado indigno, o Rei das Ilhas teve sua saída forçada pelo povo. O homem que o substituirá nunca esperou ser rei”.

Recentemente, especialistas concluíram e alertaram que 2023 foi o ano mais quente em 125 anos. No entanto, o pior ainda está para vir. Segundo apontou o “alquimista”, o mundo parece caminhar a passos largos num caminho irreversível rumo ao colapso. “A terra seca ficará mais seca e haverá grandes inundações que serão vistas”, escreveu. Nostradamus também previu o aumento da fome no mundo: “Fome muito grande através da onda pestilenta”.

Além disso, segundo o “vidente francês”, teremos um novo Papa. “Através da morte de um pontífice muito velho, um romano de boa idade será eleito, dele se dirá que enfraquece a sua visão, mas por muito tempo ficará sentado e em atividade mordaz”, escreveu. Segundo o site da especialidade The Chinese Zodiac, Nostradamus previu ainda que 2024 é o ano em que a liderança do Presidente russo “enfrentará um grande teste”.