Iniciamos mais um ano em que traçamos as nossas metas pessoais, profissionais e coletivas com a esperança legítima de que este Ano Novo seja melhor do que o anterior.
O balanço do ano anterior, analisando o que correu bem e menos bem, o que podíamos ter feito mais, etc, ajuda-nos a perspetivar o novo ano e também a não cometer os mesmos erros.
É assim todos os inícios de ano, é assim que faz sentido e só assim conseguimos uma energia e esperança renovadas para enfrentar os desafios de mais um ano.
No caso do nosso País, infelizmente, não é assim. O novo ano inicia-se com pouca esperança e sem qualquer novidade, pelo contrário, prevê-se um ano politicamente conturbado com tudo o que isso implica na vida das pessoas.
A esperança renovada que todos desejamos desvanece-se quando olhamos para os protagonistas políticos, são exatamente os mesmos do ano anterior. O critério das escolhas de candidatos mantém-se rigorosamente o mesmo, o cacique e subserviência partidários sobrepõem-se ao necessário e raro mérito.
Vamos para eleições em março, sem qualquer esperança numa alternativa, porque de facto não existe uma alternativa credível que inspire uma verdadeira mudança de políticas que impactem positivamente na vida das pessoas e do País. Este é o problema que temos nas mãos, em quem votar?
O discurso de Ano Novo do Presidente da República foi curto e focado nos atos eleitorais que se aproximam, salientando a importância de os Portugueses irem votar. De facto, o futuro do País estará nas mãos dos Portugueses que democraticamente farão a sua escolha através do voto. Mas essa escolha está restrita às opções limitadas que temos, fruto da podridão vigente na maioria dos partidos políticos.
Nas eleições de março, haverá muitos votos de protesto que vão exponenciar o crescimento do Chega, essa é uma das dúvidas, até onde o Chega poderá chegar. PS e PSD, já me esquecia que o CDS vai “pendurado” no PSD, retifico, PS e AD vão ter uma margem pequena de diferença que não permitirá que governem sozinhos, independentemente de quem vença.
A diferença é que se o PSD vencer não conseguirá uma maioria sem o Chega e, provavelmente, iremos novamente para eleições, o que é de todo indesejável. Se o PS vencer ou conseguir formar uma maioria com os partidos à sua esquerda, teremos o regresso da geringonça.
Entre um cenário de instabilidade ou novas eleições, acho preferível um cenário de estabilidade, mesmo que seja com a geringonça. E chegados a este ponto, a responsabilidade é toda dos partidos de direita que não souberam criar a alternativa desejável, pelo contrário, não trazem novidade nem esperança.
Continuo convicto que o Presidente da República cometeu um erro ao dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, deveria ter optado por dar oportunidade ao PS para formar um novo governo e assim evitar um possível caos político.
Em suma, Ano Novo, vida Velha!