A astrologia é frequentemente criticada pela comunidade científica devido, precisamente, à falta de base científica para as suas afirmações e à ausência de evidências empíricas consistentes que comprovem a precisão das suas previsões. Muitos estudos científicos não encontraram apoio para a eficácia da astrologia, considerando-a mais uma pseudociência do que uma disciplina científica. No entanto, algumas pessoas afirmam ter tido experiências pessoais em que as previsões astrológicas pareceram concretizar-se. Essas experiências são muitas vezes subjetivas e podem ser explicadas por efeitos psicológicos, como a confirmação de viés, onde as pessoas tendem a perceber e lembrar informações que confirmam as suas crenças preexistentes.
Por exemplo, em alguns casos, as previsões astrológicas podem ser tão amplas que podem aplicar-se a muitas pessoas: uma previsão de que alguém terá desafios em relacionamentos pode ser aplicável a uma grande parte da população. A astrologia muitas vezes faz generalizações sobre a personalidade com base apenas no signo solar, ignorando a complexidade da personalidade humana. Duas pessoas do mesmo signo podem ter personalidades muito diferentes. Além disso, diferentes astrólogos podem oferecer interpretações distintas para um mesmo mapa astrológico, o que levanta questões sobre a consistência das previsões, e a astrologia não possui uma base científica que explique como a posição dos planetas no momento do nascimento pode influenciar a personalidade e o destino de uma pessoa. A falta de mecanismos explicativos sólidos compromete a credibilidade das previsões.
Contudo, há um profeta que reúne um consenso significativo: Nostradamus. No ano de 2023, Nostradamus previu eventos significativos relacionados com o aquecimento global e as suas consequências para os oceanos. Mencionou que o sol queimaria o mar de forma intensa, resultando na morte quase fervente de muitos peixes no Mar Negro. Segundo as suas profecias, o aquecimento global levaria à extinção de várias espécies de peixes consumidas habitualmente. De facto, podemos associar um acontecimento a esta previsão: em junho, após o colapso da barragem de Nova Kakhovka, as enchentes estavam gradualmente a diminuir, mas as autoridades ucranianas expressaram preocupação com as consequências ambientais ao longo do rio Dnipro até à costa do Mar Negro, especialmente na região de Odessa. Os detritos levados pela correnteza transformaram a costa em Odessa num “depósito de lixo e num cemitério de animais”, conforme relatado pelas autoridades. O Ministério do Interior da Ucrânia divulgou informações no seu site, destacando que a catástrofe resultou na presença de minas, munições e objetos explosivos que foram arrastados para o mar, contribuindo para a poluição da costa. Guardas de fronteira observaram uma “praga de peixes” na área afetada, indicando o impacto negativo no ecossistema.
Além disso, Nostradamus também abordou eventos que remetem a possíveis crises em Londres. As suas previsões mencionam um “fogo celestial no edifício real”, que alguns interpretam como referência a explosões nucleares no céu ou a uma possível queda da monarquia britânica. Não se verificou nenhuma das situações, mas deu-se a coroação do Rei Carlos III, depois da morte da sua mãe em 2022, no mês de maio. Relativamente ao clima tenso vivido no seio da família real, o rei completou 75 anos no dia 14 de novembro e, para sua surpresa, recebeu uma chamada telefónica do seu filho mais novo, Harry, que lhe desejou um feliz aniversário. Segundo a imprensa internacional, também a sua nora, Meghan Markle, lhe disse algumas palavras. “O Rei estava extremamente ocupado, mas é educado e ama o filho e os seus netos, e não quer dizer que não atenderia uma chamada no seu aniversário”, revelou uma fonte citada pelo The Sun. Além disso, adiantou o The Telegraph, os filhos dos duques de Sussex, Archie, de quatro anos, e Lilibet, de dois, gravaram um vídeo a cantar os parabéns ao avô.
Outra previsão destacada por Nostradamus diz respeito a uma “Grande Guerra” que duraria sete meses, resultando em mortes causadas pela maldade. Embora a duração seja relativamente curta, há interpretações que sugerem que essa guerra global pode ser mais ampla do que conflitos regionais, como o atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Nostradamus também mencionou a chegada de um anticristo, prevendo uma guerra de 27 anos que aniquilaria os incrédulos. Algumas interpretações associam esse anticristo ao líder russo Vladimir Putin, que seria o terceiro na sucessão, seguindo Napoleão e Hitler. E não se avizinham melhorias, pois Putin vai recandidatar-se à presidência da Rússia em março do próximo ano. Caso haja vitória, Putin poderá ficar no poder até, pelo menos, 2030, alargando o recorde que já detém como o líder da Rússia há mais anos no poder (desde 1999), ultrapassando, inclusive, Josef Stalin. Putin, que completou 71 anos em outubro, goza de uma taxa de aprovação de 80% entre os eleitores russos e não tem opositores em condições de o enfrentar nas urnas.
Quanto à colonização de Marte, Nostradamus mencionou a “luz a falhar em Marte”, suscitando interpretações diversas. Alguns veem isso como um sinal de que Marte entrará em movimento retrógrado em relação à Terra, enquanto outros associam a previsão aos avanços tecnológicos para colonizar o espaço, mencionando Elon Musk e as suas aspirações com a SpaceX. Em abril, a empresa aeroespacial norte-americana SpaceX voltou a falhar o primeiro voo de ensaio na órbita terrestre, sem carga nem tripulação. O veículo, o maior e mais potente formado por dois módulos integrados – o Super Heavy e a Starhip, – explodiu no ar, minutos após o seu lançamento na base Starbase, da SpaceX, de Musk. Esta foi a segunda tentativa falhada da nave e do foguetão juntos, sendo que dias antes um problema técnico impedira a descolagem.
Nostradamus, conhecido como o “profeta da desgraça”, compartilhou as suas visões sombrias do mundo no livro Les Prophéties, publicado em 1555. A sua perspetiva pode ter sido influenciada pelas suas experiências pessoais, incluindo a perda da sua esposa e filhos para uma doença, e o seu conhecimento das escrituras do Antigo Testamento. Acredita-se que tenha procurado alertar as gerações futuras por meio das suas profecias para guerras, doenças e desastres.