MAI abre investigação a revista policial de ativistas climáticos

As revistas, denunciadas por uma das ativistas, foram feitas apenas às mulheres e por duas vezes — a primeira vez na esquadra do Calvário, em Alcântara, e depois no Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS), em Moscavide.

O ministro da Administração Interna determinou a abertura de uma investigação urgente na sequência de uma notícia que ativistas climáticos foram obrigados a despir-se para serem revistados. A notícia, publicada este domingo, refere ainda que as pessoas estiveram mais de 10 horas com algemas.

“O ministro da Administração Interna determinou, por despacho, a abertura de um inquérito urgente pela IGAI [Inspeção Geral da Administração Interna]”, disse à agência Lusa o Ministério da Administração Interna.

Em causa está uma notícia do Diário de Notícias com o título “PSP obriga ativistas climáticas a nudez durante revista”. De acordo com o jornal, 11 ativistas — seis mulheres e cinco homens — foram detidos em 14 de dezembro, durante uma ação de protesto que bloqueou o viaduto Duarte Pacheco, em Lisboa, tendo as mulheres sido obrigadas a despir-se totalmente para serem revistadas.

As revistas, denunciadas por uma das ativistas, foram feitas apenas às mulheres e por duas vezes — a primeira vez na esquadra do Calvário, em Alcântara, e depois no Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS), em Moscavide.

De acordo com a notícia, os 11 detidos estiveram também algemados mais de 10 horas.

Esta não foi a primeira vez que a PSP foi alvo de queixas semelhantes, tendo o Ministério da Administração Interna repreendido, em janeiro de 2023, o agente que, em 2021, tratou o caso dos ativistas climáticos.

Contactada pelo DN, a polícia garantiu inicialmente que as revistas tinham sido feitas com respeito pela dignidade dos detidos, mas depois admitiu que “foram adotados procedimentos de revista diferenciados”, sem negar a existência de revistas “nuas”.