Turismo diz que setor vai cumprir cortes estipulados devido a seca no Algarve

“Todos os setores são relevantes, mas quem irá sofrer o maior impacto com a medida será a agricultura”, admitiu André Gomes, lembrando, no entanto, que todos os subsetores ligados ao turismo “têm feito o seu trabalho nos últimos anos e vão continuar a tomar medidas no sentido da redução do consumo de água”.

O presidente do Turismo do Algarve acredita que o setor vai conseguir reduzir este ano em 15% o consumo de água, que o Governo deverá estipular como medida contra a seca na região.

“Todos os setores são relevantes, mas quem irá sofrer o maior impacto com a medida será a agricultura”, admitiu André Gomes, lembrando, no entanto, que todos os subsetores ligados ao turismo “têm feito o seu trabalho nos últimos anos e vão continuar a tomar medidas no sentido da redução do consumo de água”.

Em relação aos campos de golfe que normalmente estão associados ao grande consumo de água, o responsável afirmou que já tinham sofrido um corte de 40% em julho passado, mas assegurou que os investimentos realizados nos últimos anos vão continuar a permitir uma redução no uso de água.

“Cada vez mais também temos turistas mais responsáveis e conscientes para a necessidade de se poupar água”, disse o responsável pelo turismo algarvio.

André Gomes recordou que o problema da falta de água no Algarve é “uma realidade que a região já lida há muito tempo” e enalteceu o facto de a questão estar a ser discutida com o “envolvimento” de todos os setores e “entre todas as entidades” da região.

Recorde-se que a APA espera apresentar ainda este mês um plano de contingência com novas regras de consumo de água no Algarve, que está a atravessar a maior seca desde que há registo.

O vice-presidente da APA José Pimenta Machado admitiu na segunda-feira que o plano de contingência vai penalizar mais a agricultura, mas as quotas ainda não estavam definidas e serão articuladas com os atores locais.

“Este ano, no Algarve, estamos a atravessar a pior seca de sempre, nunca estivemos nesta situação, com os níveis mais baixos das reservas das albufeiras de sempre e a mesma coisa nas águas subterrâneas”, uma “consequência de dez anos de seca” contínua, afirmou Pimenta Machado.

As seis albufeiras no Algarve estão a 25% da sua capacidade, menos 20 pontos percentuais do que em igual período do ano passado, com um total de menos 90 hectómetros cúbicos de água.

Algumas das medidas previstas para combater a seca na região são tornar potável a água do mar, através da primeira grande central de dessalinização para a zona de Albufeira, com capacidade para 16 milhões de metros cúbicos, e o transvase no Sotavento, com ligação entre o Pomarão e o Guadiana.