Dados preliminares, de um inquérito realizado pelo sindicato Fenprof, indicam que os professores trabalham, em média, mais de 50 horas por semana, mais 15 do que legalmente definido por lei. Entre as tarefas realizadas pelos profissionais, está a preparação de aulas, apoio aos alunos com dificuldades, corrigir testes e ainda tarefas burocráticas.
Os dados divulgados pelo sindicato apontam, que o horário dos professores é de 35 horas semanais, contudo, em média, os docentes do 2º e 3º ciclos, assim como os do ensino secundário, trabalham na totalidade 50 horas e 15 minutos.
Os docentes trabalham, assim, em média, mais 15 horas por semana do que está previsto na lei, sendo que, para realizar todas as tarefas, têm de roubar tempo “à sua vida pessoal”, considerou Vítor Godinho, delegado sindical da Fenprof, citado pela Lusa.
O sindicalista esclareceu, que muitas das horas que dedicam aos alunos e às escolas, não são pagas, “são trabalhos pro bono”, sendo que a situação se agravou nos últimos anos. Em 2017, os professores trabalhavam, em média, 47 horas por semana, onde, atualmente trabalham mais de três horas e meia por semana.
O inquérito, revela a Lusa, aponta que os professores gastam, em média, 16 horas e 35 minutos a dar aulas, e outras 18 horas para desenvolver tarefas como preparar as aulas e realizar as avaliações dos seus alunos.
Estas últimas duas componentes, totalizam praticamente a duração semanal legal do horário, que são 35 horas, porém os professores acabam por realizar outras tarefas, nomeadamente, cargos pedagógicos nas escolas, apoios aos alunos, tarefas administrativas, reuniões, substituição de colegas que faltam ou coadjuvações em sala de aula, refere o sindicalista
Em média, os professores despendem 15 horas e 45 minutos na “componente não letiva de estabelecimento”, aponta o inquérito.
Outra vertente relevante, realçada no inquérito, é que os docentes que acumulam cargos de direção de turma, ou coordenação de departamento, acavam por ultrapassam largamente as horas que lhes são atribuídas para esse efeito.
A excessiva carga burocrática é outro dos problemas, consumindo mais de quatro horas semanais.
“Os professores gastam mais uma hora por semana em tarefas burocráticas do que em apoio aos seus alunos”, considerou Vítor Godinho.