Construído no início do século XVIII e adquirido, remodelado e ampliado no século XIX pelo banqueiro Henrique Burnay (que lhe acrescentou o icónico zimbório), o Palácio Burnay encontra-se desocupado desde que dali saiu em 2001 o Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Lisboa.
Em junho de 2021 o escritor Afonso Reis Cabral chamava a atenção para o estado calamitoso a que tinha chegado este edifício histórico, outrora sumptuoso, da Junqueira. «A morte é que não consegue fugir: enterrou-se demasiado neste abandono, vive só e em desgaste», lia-se no artigo de Reis Cabral. «E não tarda o telhado começará a abater e o palácio morrerá como muita gente: pela cabeça».
Dois anos e meio depois, o Palácio Burnay volta a ser notícia, mas desta vez por boas razões. O Governo acaba de anunciar um investimento de perto de 16 milhões de euros para reabilitar o imóvel, que se destina a sede da recém-criada Museus e Monumentos de Portugal, entidade que vai gerir o património.
Na mesma ocasião, o executivo revelou também a compra de três prédios na Av. 24 de Julho para ampliação do Museu Nacional de Arte Antiga. Segundo o diretor, Joaquim Caetano, este é um passo «crucial». Mas a falta de espaço não é o único problema do Museu das Janelas Verdes. Em vários momentos do seu passado recente a instituição tem-se visto obrigada a fechar salas por falta de vigilantes. E a Capela das Albertas encontra-se encerrada há anos.