Está na casa dos 20’s, tem casa, carro e vai jantar fora. Qual é a profissão que tem?» A resposta foi cuspida demasiado rápida, sem que a pausa após ter sido colocada a questão fosse suficiente para torná-la numa adivinha para quem ouvia. E sem provocar riso entre o grupo, também não parecia estar nos planos iniciais transformá-la numa anedota.
Não há como negá-lo: são verdadeiros casos de sucesso nas redes sociais e nem a repetição de vídeos até à exaustão, apenas protagonizados por pessoas diferentes, levam à queda de popularidade. Replicam-se as tendências – cá e lá fora – e são cada vez mais, e mais jovens, os utilizadores a colecionar milhões de apoiantes, num mundo global e em rede (literalmente), em que tudo fica à curta distância entre o polegar e o botão de “seguir” nas diversas aplicações.
Protagonistas dos seus próprios canais, tornam-se verdadeiras super estrelas. Deixam marca e as marcas não passam indiferentes à sua capacidade de influenciar os outros, escolhidos a dedo para alcançar as fiéis legiões de fãs.
Mas se os programas de talento conseguem mostrar a inesgotável capacidade que o ser humano tem em surpreender – apesar das várias atuações nas mesmas áreas -, já no passeio pelas redes muitas vezes não se vê mais além do que o algoritmo permite, com vídeos quase sempre muito semelhantes mesmo nas diferentes categorias. Seja com as célebres partidas na rua ou com experiências sociais para testar a humanidade, também as curtas danças coreografadas são cada vez mais um fenómeno maior.
Mudam-se os tempos, adaptam-se as vontades: se não há Tico sem Teco, também não há Tik sem Tok.