A China enviou esta quinta-feira para o espaço um microrganismo terrestre primitivo para estudar a sua capacidade de sobrevivência em condições semelhantes às de Marte. O objetivo é também ajudar a resolver o mistério da possível existência de vida extraterrestre.
O microrganismo, que pertence ao grupo das arqueobactérias e se encontra em ambientes pobres em oxigénio, como os fundos marinhos, os arrozais e os estômagos dos ruminantes, foi transportado nas últimas horas pela nave de carga Tianzhou-7.
O destino é a estação espacial chinesa, onde vai ser submetido a uma experiência que o deixará exposto a radiações cósmicas, microgravidade e temperaturas extremas.
A experiência tem como objetivo testar se este microrganismo, uma das formas de vida mais antigas da Terra e grande produtor de metano na atmosfera, pode viver num ambiente semelhante ao de Marte,
Segundo noticia a televisão estatal CCTV. esta experiência pode fornecer uma nova perspetiva para explorar a possível existência de vida noutros planetas, especialmente em Marte. A sonda norte-americana Curiosity detetou várias vezes sinais de metano de origem desconhecida neste planeta.
Os cientistas especularam que este metano poderia ser o resultado do metabolismo de algum tipo de organismo extraterrestre, e que a arqueobactéria produtora de metano poderia ser uma das potenciais formas de vida em Marte ou na lua Titã de Saturno.
As técnicas atuais não permitem a deteção de sinais de vida extraterrestre em Marte, ou noutros planetas, devido ao seu elevado custo e baixa precisão. Esta experiência é de verificação inversa: enviar o microrganismo para o espaço e testar se consegue adaptar-se e produzir metano.