Ventura, o presidente da Associação de Estudantes

Promete tudo e mais alguma coisa. Qual pastor evangélico, Ventura vê o rebanho crescer.

É a figura do momento e até 10 de março muito se ouvirá falar dele. André Ventura, praticamente sozinho, consegue fazer o trabalho de máquinas partidárias como a do PS e a do PSD.

 No último fim de semana teve a sua apoteose na Convenção do Chega, deixando os outros partidos à beira de um ataque de nervos com as suas propostas para o país, maioritariamente classificadas como pura demagogia.

Se é certo que Ventura me fez lembrar aqueles candidatos a líder de associações de estudantes que prometiam piscinas nas escolas, um sítio oficial para se fumar ganzas, entre outros delírios; ou mesmo os antigos candidatos a presidentes de clubes de futebol, anunciando a contratação de craques em barda, que, depois, como é óbvio, não se concretizavam, também não deixa de ser verdade que, à semelhança desses candidatos, Ventura usa uma linguagem que é quase música celestial para os ouvidos dos eleitores desiludidos com os partidos do bloco central.

O líder do Chega conseguiu pôr meio país a fazer as contas das suas propostas, havendo quem acredite que é possível arranjar dinheiro para tudo, sendo que a maioria dos ’economistas’ de serviço disse que é utópico pensar em tais propostas.

Continuo com a minha. André Ventura tem tanto sucesso porque diz o que as pessoas querem ouvir. Mas mais importante do que isso, o problema para os outros partidos é que se recusam a tentar desmontar com argumentos válidos as propostas do líder do Chega. A imigração é um bom exemplo. Sim, é verdade que estão a contribuir com muito dinheiro para a Segurança Social, mas o problema é outro. Quantos não descontam sem trabalhar efetivamente, estando apenas à espera do visto para seguirem para outras paragens? Quantos, nessa situação, não vivem na mesma casa, tendo praticamente ‘acabado’ com o arrendamento da classe média? Quantos não são escravos de máfias do seu país e de portugueses? Já agora quantos não se adaptam à cultura portuguesa tentando impor a sua?

É óbvio que Portugal precisa de imigrantes, mas vamos a mais exemplos concretos. A comunidade brasileira é das maiores em Portugal, apesar de serem muito menos do que os portugueses no Brasil. Se é verdade que precisamos de médicos, de engenheiros, homens das obras, dos Uber Eats da vida, de futebolistas, etc., também precisamos dos homens da máfia do PCC? Eles já cá estão. E cada vez com mais força. Não será de fiscalizar estes homens antes de se legalizarem? Os exemplos são muitos, mas há ataques a Ventura que só fazem o Chega crescer. Chamar-lhe fascista por defender a prisão perpétua é uma delas. Que eu saiba, o Reino Unido e a Espanha, por exemplo, ainda têm a pena de morte na sua Constituição. Alguém diz que são fascistas? l

P.S. 1 – A lista de candidatos da AD revela a confiança de Luís Montenegro nos ‘seus’ homens que estão a contas com a Justiça. Luís Newton e o Tutti Frutti ainda poderão dar muitas dores de cabeça ao líder do PSD. Ah! E foi uma pena deixarem de fora o castiço Paulo Rios de Oliveira, uma revelação nas Comissões de Inquérito Parlamentar.

P.S. 2 – Como é que os benfiquistas e sportinguistas ainda não perceberam que têm tudo a ganhar em apoiarem Pinto da Costa?

P.S. 3 – O que dizer da intenção dos burocratas de Bruxelas de quererem proibir a reparação de carros com mais de 15 anos? Deviam ser obrigados a viver um ano em casa de famílias de rendimentos reduzidos. Talvez deixassem de ser anormais.

vitor.rainho@nascerdosol.pt