Dívida ameaça mais que as guerras

A tolerância americana com governos mais à esquerda tem limites, independentemente da vontade dos democratas.

O perigo maior que ronda a economia mundial, especialmente as 20 maiores, não são as guerras nem novas epidemias. A bomba poderosa é a dívida que anda pelos 100% do PIB dos países da OCDE. Os cinco, com dívida relevante, são EUA, China, Japão, França, Itália e Brasil. Na União Europeia, Reino Unido e Alemanha têm posição mais confortável. Mas a Turquia assusta pela presença de seus papéis na banca europeia em geral.

Políticas de austeridade são difíceis em governos socialistas como na Península Ibérica e na França de forte presença estatal na economia. A solução natural seria o crescimento económico como nos anos Reagan-Thatcher, o que pediria investimento privado, que anda arredio em países com alta carga fiscal e leis laborais que tornam o gerar empregos atividade de risco.

A situação na União Europeia tem ainda o componente provocado pela imigração de baixa qualidade que vem provocando gastos maiores na saúde e na segurança pública.

E a brasileira pelos gastos acima do orçamento.

Os EUA têm altos custos com a área militar e os juros de sua monumental dívida. No mais, o eixo Pequim-Moscou começa a articular a despolarização do comércio internacional, afetando a moeda e a negociação dos títulos americanos. O Brasil, por meio da atuação do presidente Lula da Silva, articula o uso pelos BRICS de outras moedas, especialmente o yuan. Estes países representam mais de um quinto do comércio mundial. No apagar das luzes de 2023, o Irã foi aceito no grupo, o que confirma o viés antiamericano dos BRICS.

Parece claro que a tolerância americana com governos mais à esquerda tem limites, independentemente da vontade dos democratas. Ainda mais em ano eleitoral em que a economia vai dominar o debate. O controvertido Trump, entretanto, foi positivo para a economia dos EUA.

Os organismos internacionais, assim como o Banco Central Europeu e o Federal Reserve, já não conseguem ditar normas, mas ainda são influentes.

O ano promete ser, na economia, na paz e nas disputas eleitorais, em meio à crise social e pressão de refugiados aos milhões na América do Norte e na Europa, fator desestabilizador, como a guerra no Oriente Médio e na Ucrânia vem mostrando.

Todo cuidado será pouco!

VARIEDADES

Os planos de saúde sofreram significativo aumento, estimado em mais de 20%. Além do aumento de custos, a intervenção do Judiciário nos contratos vem provocando despesas não previstas. Os planos privados protegem mais de 50 milhões de brasileiros e ajudam a descongestionar o setor público. Mas a oposição das esquerdas é implacável.

O presidente da Câmara do Rio, Eduardo Paes, um centrista aliado de Lula e candidato à reeleição, se aproxima do eleitor de direita com proibição de telemóveis nas salas de aula e a internação compulsória de drogados e doentes mentais que moram nas ruas. O Rio teria 40 mil pessoas vivendo nas ruas.

O terremoto no Japão revelou que são 200 mil os brasileiros que moram oficialmente no país. Oitenta por cento são de filhos ou netos de japoneses que emigraram para o Brasil.

Os Correios, com tradição de prejuízos e corrupção, voltaram a lucrar no governo Bolsonaro. Agora prejuízos. A solução seria a privatização, que neste governo é impossível.

Bolsonaro agora começa a brigar com aliados. Quer influir nas eleições municipais de outubro. Impondo os nomes

O Presidente Lula da Silva acompanha de perto os processos no Judiciário que podem custar o mandato de senador do juiz Sérgio Moro que o condenou e o levou a cadeia.  l

Jornalista