Presidente da Câmara do Funchal e dois empresários detidos na Madeira

Operação é relativa a três inquéritos, que visam também Miguel Albuquerque.

Presidente da Câmara do Funchal e dois empresários detidos na Madeira

Pedro Calado, presidente da Câmara do Funchal, Avelino Farinha, líder do Grupo AFA, e Caldeira Costa, líder da sucursal de Braga do Grupo, foram detidos, esta quarta-feira, na sequência de uma operação policial, que envolveu mais de uma centena de buscas na Madeira e em vários pontos do continente.

“A Polícia Judiciária procedeu, no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo DCIAP, à realização de uma operação policial, visando a execução de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias, na Região Autónoma da Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa) e, ainda, em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada e à detenção, fora de flagrante delito, de 3 suspeitos da prática dos crimes sob investigação”, confirmou a Polícia Judiciária, através de um comunicado.

Em causa estão suspeitas de crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Um dos locais onde foram realizadas buscas foi a casa do presidente do Governo Regional da Madeira, também visado na operação, devido a suspeitas relativas à Quinta do Arco, propriedade de Miguel Albuquerque que foi vendida em 2017 a um fundo imobiliário, que trabalha com o grupo Pestana, que é quem gere atualmente o espaço.

A alienação da quinta coincidiu com a renovação da concessão da Zona Franca da Madeira ao mesmo grupo hoteleiro.

Em relação ao autarca do Funchal, a suspeita é de favorecimento ao grupo empresarial AFA, detentor dos hotéis Savoy, onde Pedro Calado trabalhou.

Na operação participaram dois Juízes de Instrução Criminal, seis magistrados do Ministério Público do DCIAP e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) da Procuradoria Geral da República, além de 270 investigadores criminais e peritos da Polícia Judiciária.

Os três detidos serão, presentes a juiz, no Tribunal Central de Investigação Criminal, para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.