Venda de livros mantém crescimento

Segundo a APEL, este é um “sinal claramente positivo para o setor”, que aponta para uma “resiliência” do mercado em época de retração económica.

A venda de livros em Portugal cresceu em valor 5% no ano passado face a 2022. A subida,  impulsionada pelas faixas etárias mais novas e pelas redes sociais, mantém a tendência de crescimento dos dois anos anteriores, mas menos acentuada.

O crescimento de 5% do mercado livreiro indica a continuação da tendência de crescimento registada em 2022 (15%) e 2021 (16%), embora de forma menos expressiva, indicam os dados do estudo da Gfk sobre o mercado livreiro português revelado esta quarta-feira a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

Segundo a APEL, a informação da Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano, indica que este é um “sinal claramente positivo para o setor”, que aponta para uma “resiliência” do mercado em época de retração económica.

Para o presidente da APEL este é ainda um “crescimento razoável” quando se olha para o mercado antes da pandemia. Em 2013/2014, exemplificou, o setor registava “um crescimento à volta de 1%, um mercado estável, quase estagnado, até porque, acima de tudo, até 2019, o livro era mais comprado para oferta do que para leitura”.

“Depois do confinamento há uma alteração de paradigma e isso acabou por se demonstrar, quer em 2021, quer em 2022, com um crescimento para dois dígitos, e que ainda transparece em 2023” acrescentou Pedro Sobral.  

“Estes 5% de crescimento em valor indiciam que continuamos a fazer um caminho interessante e que a compra de livros é cada vez mais feita para consumo próprio do que para oferta”, sublinhou  Pedro Sobral, 

Na semana passada, a APEL revelou – citando igualmente dados da Gfk – que em 2023 se venderam 13,1 milhões de livros em Portugal, com um encaixe de 187,2 milhões de euros, o que significava um aumento de 7% face a 2022.

Segundo o responsável, os dados por atacado, que se traduzem no aumento de 7%, incluem a Livraria Lello, que “vende bilhetes que são convertidos em livros”, os livros importados e as campanhas (números genéricos utilizados na grande distribuição para venda de saldos e a categoria de livros ligados ao apoio escolar).

Já os dados desta quarta-feira mostram que este contínuo crescimento do mercado livreiro advém do aumento de livros comprados nas categorias com maior peso no mercado, nomeadamente a categoria de ficção, que cresceu 9% face a 2022, e a categoria de ficção infantojuvenil, que cresceu também 9%.

Segue-se a categoria de não-ficção, principalmente livros de turismo, com um crescimento de 8%, e das áreas de vida prática, lazer e atualidades, com um crescimento de 4%.

Uma análise feita pela APEL permitiu constatar “que o mercado continua a crescer pela compra efetuada nas faixas etárias mais novas, nomeadamente na categoria de ficção, onde os livros que mais venderam são quase todos fenómenos alavancados nas e pelas redes sociais como, por exemplo, o TikTok”.