Ricas estrelas mundiais

Imbatível em pista, Max Verstappen foi também o piloto da Fórmula 1 mais bem pago no ano passado. O tricampeão do mundo recebeu 64 milhões de euros e deixou Lewis Hamilton a larga distância. No total, os dez pilotos mais bem pagos ganharam qualquer coisa como 234 milhões de euros.

O piloto da Red Bull esmagou os adversários com 19 vitórias em 22 corridas, mas também no dinheiro que recebeu. Os valores divulgados pela revista Forbes contemplam o salário base e os prémios pagos pelos pontos marcados, pelas vitórias e posição final no campeonato. Estes valores são brutos, ou seja, antes de impostos e do pagamento a agentes dos pilotos. O dinheiro ganho com os patrocínios pessoais, que no caso dos pilotos de topo é uma verba muito significativa, também fica de fora desta contabilidade. Nesse domínio, Lewis Hamilton leva vantagem, tendo recebido mais de nove milhões de euros, contra 3,6 milhões de Verstappen. A maioria dos pilotos não chega a receber um milhão de euros com os sponsors pessoais.

Aos 26 anos, o piloto neerlandês estabeleceu um novo recorde ao receber 64 milhões de euros na temporada passada, distribuídos da seguinte forma: 41 milhões de salário e 23 milhões de bónus, só os 575 pontos conquistados no Mundial valem uma fortuna. Se nos fixarmos no salário pago pela Red Bull, Verstappen ganha por dia cerca de 114.000 euros e 4.750 euros por hora, mesmo quando está a dormir. O piloto prolongou o contrato com a equipa austríaca até final de 2028 e vai, certamente, aumentar e muito a sua impressionante conta bancária. Nesta altura está entre os cinco desportistas jovens mais bem pagos no mundo.

Segundo a Forbes, Lewis Hamilton tem o salário base mais elevado da competição, com 50 milhões de euros, só que pelo segundo ano consecutivo não venceu qualquer corrida e isso penalizou-o. O piloto da Mercedes passou uma década como a estrela mais bem paga da Fórmula 1, mas esse privilégio acabou. Mesmo assim tem uma fortuna avaliada em mais de 338 milhões de euros, construída com patrocínios, salários e outros negócios. O alemão Michael Schumacher é o piloto mais bem pago na história deste desporto: ao longo da sua carreira ganhou mais de 820 milhões de euros. Aos 42 anos, Fernando Alonso continua a ser dos mais rápidos e também dos que ganham mais dinheiro, e completa o pódio com 31 milhões de euros. A Aston Martin pagou ao veterano espanhol 22 milhões de euros, que recebeu mais nove milhões de prémios pela excelente época que realizou. Terminou o campeonato no quarto posto… apesar do carro. O piloto que foi campeão do mundo por duas vezes vai continuar na Fórmula 1, mas afirmou à revista GQ Espanha que gostaria de fazer ralis quando abandonar as pistas.

Sergio Pérez voltou a desiludir na época passada e só a muito custo segurou o segundo lugar no Mundial de pilotos. Recebeu 23 milhões de euros, com a particularidade de ter ganho mais dinheiro com os bónus e prémios, 14 milhões, do que com o ordenado pago pela Red Bull, que foi de nove milhões. O mexicano tem mais um ano de contrato, mas há rumores de que está a pensar na reforma, tem 33 anos, e pode sair antes. Os adeptos da Fórmula 1 agradeciam que a equipa campeã do mundo tivesse um piloto à altura de Verstappen.

O quinto classificado desta lista é o piloto da Ferrari, Charles Leclerc, com 17,5 milhões de euros. O monegasco recebeu da equipa italiana 13 milhões, a que juntou mais 4,5 milhões de bónus. Aparecem a seguir Lando Norris (McLaren) com 13,6 milhões de euros, Carlos Sainz (Ferrari) com 12,7 milhões e George Russell (Mercedes) que recebeu 8,2 milhões. Pierre Gasly (Alpine) e o estreante Oscar Piastri (McLaren) ocupam o último lugar do Top 10 com um vencimento anual de 7,3 milhões de euros.

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) estabeleceu um budget máximo de 125 milhões de euros para cada equipa em 2023, o objetivo é reduzir a diferença entre a Red Bull, Mercedes e Ferrari e as outras equipas. Antes de a FIA limitar os custos havia equipas a gastar mais de 360 milhões de euros numa época – e o ordenado dos pilotos está fora desse teto salarial, razão pela qual continuam em alta. «É evidente que há um fator de diferenciação, e que as grandes equipas podem oferecer salários mais elevados aos pilotos», reconheceu Toto Wolf, diretor da Mercedes. Existe, no entanto, a intenção de criar um teto salarial na Fórmula 1, mas a acontecer será sempre com o novo Acordo da Concórdia em 2026.