Bruxelas acusa Kremlin de “caça às bruxas”

Desde o início da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o Kremlin tem aumentado a repressão contra a população que questiona as motivações e consequências do conflito

A CE acusou esta sexta-feira o Kremlin de fazer uma “caça às bruxas” por designar como traidores quaisquer cidadãos críticos do regime. Bruxelas expressou ainda solidariedade para com os russos que questionam as decisões de Moscovo.

“Hoje é sexta-feira, para muitos de nós é o dia que assinala o início do fim de semana, mas para os russos é dia da repressão. Às sextas-feiras, habitualmente, a Rússia anuncia mais nomes para incluir na lista denominada: ‘agentes externos’”, disse o porta-voz da CE.

“A Rússia utiliza-a para levar a cabo uma caça às bruxas contra os seus cidadãos, particularmente os que são críticos do regime, considerando-os traidores”, acrescentou Peter Stano em conferência de imprensa.

Segundo o porta-voz do executivo comunitário, a Rússia incluiu naquela lista “763 pessoas, organizações e órgãos de comunicação social”, entre “artistas, investigadores, jornalistas” e todos os que colocam em causa o passado e o presente da sociedade russa. “A União Europeia vai continuar a apoiar a sociedade civil e os diferentes órgãos de comunicação social” que lutam contra a repressão do regime de Vladimir Putin, completou. 

Desde o início da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o Kremlin tem aumentado a repressão contra a população que questiona as motivações e consequências do conflito. 

Moscovo construiu uma narrativa que acompanha a “operação militar especial” e designar o conflito como uma “guerra” pode ser considerado traição. Na ótica do Kremlin é uma designação com o propósito de destabilizar a unidade nacional.

Também vários órgãos de comunicação social deixaram de operar ou tiverem de fazê-lo fora do país. Qualquer informação que contradiga a narrativa criada pelo regime de Putin é considerada traição e punida como tal.