Portugal, um País de corruptos

Estamos perante uma grave crise nas instituições que podem colocar em causa o futuro do País e está a tornar-se impossível conviver serenamente com esta triste realidade.

No ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, vivemos o período mais difícil destas décadas de democracia que teve a sua plenitude após o 25 de Novembro. Os casos sucedem-se a uma velocidade estonteante e valores como a ética, a seriedade e a missão de servir, desvaneceram-se, dando lugar a uma desonestidade e promiscuidades assustadoras.

Não podemos continuar a viver num País injusto para quem trabalha, mas favorável a uma pseudoelite com cartão ou influência partidária e a quem opta pela subsidiodependência como modo de vida.

Há Presidentes de Câmara que foram detidos e outros a ser investigados, mas são tantos os casos, que já são encarados com uma naturalidade preocupante. Estamos perante uma grave crise nas instituições que podem colocar em causa o futuro do País e está a tornar-se impossível conviver serenamente com esta triste realidade.

Perdeu-se a vergonha, lemos artigos de Cavaco Silva com um moralismo tal que quase nos faz esquecer os seus governos e os seus companheiros Dias Loureiro, Oliveira e Costa ou Duarte Lima, ouvimos Sócrates falar e percebemos a lata com que se tenta vitimizar e fazer-nos a todos de burros, assistimos à polémica criada pelo Doutor Rebelo de Sousa no caso das gémeas e aos tropeções que deu o Presidente da República nas declarações que foi fazendo sobre este processo embaraçoso e, agora, vemos Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira e dirigente nacional do PSD, ser constituído arguido num processo que indicia crimes graves, dizer que não se demite. O mesmo Miguel Albuquerque que em Novembro passado veio publicamente defender a demissão de Costa que até à data ainda não foi sequer constituído arguido.

Isto vai ter mesmo que mudar!!!

Impõe-se começar pela Educação, deixem lá as igualdades de género e outros temas inúteis e preocupem-se é com a formação dos jovens para a cidadania, transmitindo-lhes valores importantes e preparando-os para que no futuro possam ser Mulheres e Homens preparados para colocar Portugal no bom caminho. As más práticas estão de tal forma enraizadas na nossa sociedade que só apostando na Educação se conseguirá reverter este problema.

Há processos a decorrer ou enfiados numa qualquer gaveta, há anos, que até hoje não tiveram qualquer consequência, embora a prevaricação esteja comprovada. Então as instituições judiciais estão a funcionar bem?

É obvio que não, porque também não interessa a quem gravita à volta do poder que funcionem bem. É necessária uma reforma na justiça que promova mais eficácia e rapidez na conclusão dos processos. Todos falam na justiça, mas até hoje ninguém mexeu uma palha para alterar o seu funcionamento.

Não podemos continuar nesta senda desastrosa, urge, de uma vez por todas, procurar-se alternativas que invertam este rumo. Cabe-nos a todos essa responsabilidade, exigindo mais de quem governa, abandonando a passividade que nos aniquila e manifestando veementemente o nosso desagrado quando assim se justificar, sob pena de continuarmos a viver num País de corruptos.