Trump a um passo da nomeação pelos republicanos

Donald Trump já só tem uma adversária na corrida à nomeação pelos republicanos para as presidenciais de novembro. E juntou New Hampshire à vitória em Iowa.

Após o contundente resultado no Estado do Iowa, com Donald Trump a vencer com 51% dos votos, a corrida para a nomeação presidencial republicana tornou-se num frente-a-frente entre Trump e Nikki Haley. Tanto Vivek Ramaswamy como Ron DeSantis saíram de cena e declararam o seu apoio ao ex-Presidente dos Estados Unidos. A ex-embaixadora americana nas Nações Unidas só conseguiu evitar a vitória de Trump no Condado de Johnson – apenas por um voto – e mantém-se como a única esperança dos republicanos que pretendem evitar uma reedição das últimas eleições presidenciais.

A troca de acusações (e até insultos) tem sido acesa, com o ex-Presidente a classificar Haley como «cérebro de pássaro», acusando-a de ser «má para o Partido Republicano e para o país», de proferir «afirmações falsas» e «comentários depreciativos» e ainda de «perder publicamente de forma humilhante». Já Nikki Haley acredita que Trump se sente ameaçado e desafiou-o para um debate.

A importância de New

Hampshire e Carolina do Sul

Depois do Iowa, Trump também venceu no Estado de New Hampshire e está cada vez mais próximo da nomeação presidencial pelo Partido Republicano. Ainda assim, Haley não desistiu e afirmou que «esta luta está longe de acabar. Faltam ainda muitos Estados, e o próximo é o meu querido Estado da Carolina do Sul». Uma derrota neste Estado da Costa Leste seria um rude golpe (talvez final) para as ambições da candidata. Tim Scott, senador pela Carolina do Sul e ex-candidato às primárias republicanas, já declarou o seu apoio a Trump, tal como 26 outros Senadores e 132 membros da Câmara dos Representantes.

New Hampshire é um marco histórico das primárias americanas, sendo que é neste Estado, desde 1920, que se dá o pontapé de saída e os resultados servem de barómetro para as presidenciais.

As desistências precoces

Tanto Vivek Ramaswamy como Ron DeSantis decidiram sair de cena após as votações no Estado do Iowa, mas espera-se que continuem ativos na campanha a favor de Donald Trump. Principalmente Ramaswamy, uma cara nova e irreverente na cena política norte-americana, que desde a desistência tem estado presente ao lado do ex-Presidente, proferindo discursos elogiosos e atacando Nikki Haley. Após as votações em New Hampshire, Vivek subiu ao púlpito de Trump e afirmou que «a América primeiro derrotou a América em último». Esta forte declaração de apoio e a troca de elogios alimentam a especulação quanto a uma possível vice-presidência, principalmente quando uma multidão efusiva entoou repetidamente «VP!» após a sua primeira declaração de apoio. «Se querem fechar a fronteira, votem Trump. Se querem repor a lei e a ordem neste país, votem Trump. Se querem derrotar o deep state, votem Trump. Se querem combater a inflação, votem Trump. Se querem fazer a América grande outra vez, votem Trump», disse o ex-candidato, alinhado com o movimento MAGA (Make America Great Again).

Já Ron DeSantis, num vídeo publicado na rede social X, afirmou que «a maioria dos votantes republicanos nas primárias querem dar outra hipótese a Donald Trump. (…) Ainda que tenhamos desentendimentos (…) Trump é superior a Joe Biden, isso é claro».

Ao que tudo indica, as presidenciais agendadas para novembro deste ano serão mesmo uma reedição das de 2020. E os eleitores americanos vão eleger, num contexto geopolítico incerto e perigoso e com conhecimento do que Biden é capaz ou não de fazer, que tipo de liderança preferem para os próximos quatro anos.