Esta quinta-feira, 1 de fevereiro, os agricultores portugueses vão para as estradas com máquinas agrícolas um pouco por todo o país. Esta é uma iniciativa de protesto do Movimento Civil Agricultores de Portugal que tem como objetivo “lutar pelo direito humano à alimentação adequada, por condições justas e pela valorização da atividade”.
Em comunicado cujo o título é “O nosso fim é a vossa fome”, o movimento relembra que a política agrícola comum (PAC) tem como objetivos “apoiar os agricultores e melhorar a produtividade do setor agrícola, garantindo um abastecimento estável de alimentos a preços acessíveis”.
E é nesse sentido que, neste protesto, querem exigir: reposição imediata das ajudas, assunção dos compromissos contratualizados; revisão da PEPAC e adequada à realidade portuguesa, políticas agrícolas com diretrizes de médio e longo prazo (estabilidade); dotação orçamental adequada a cada pilar; ecorregimes adequados a cada território; convergência para a média da União Europeia; revisão do calendário de pagamentos e ainda desburocratização dos licenciamentos (Balcão do agricultor).
Mas não só. Os agricultores pedem ainda o reconhecimento dos serviços ambientais; fatores de produção a preços justos e competitivos (combustíveis); valorização dos produtos no produtor; que a entrada de produtos agrícolas de países terceiros, estejam sujeitos às mesmas regras da UE e, para finalizar, que a agricultura faça parte da disciplina de Cidadania nas escolas.
No seu site, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defende que “os agricultores, há muito descapitalizados, estão fartos, e os cortes nas ajudas agora concretizados são a gota de água que faz transbordar o copo”. O CNA pede a todos os agricultores que se juntem e refere que são protestos pela melhoria de vida dos agricultores, lembrando os protestos que acontecem em França e na Bélgica.
No que diz respeito a regiões, em Trás-os-Montes, os agricultores pretendem bloquear todas as fronteiras. No Minho, prevê-se o corte da fronteira de Valença.
Já nas Beiras, o objetivo principal é bloquear Vilar Formoso. Olhando para o Alentejo, os agricultores estarão presentes nas fronteiras do Caia, no concelho de Elvas, e do Retiro, próximo de Badajoz, além de Olivença, Mourão e Ficalho (Baixo Alentejo).
Bloquear Castro Marim é o objetivo do Algarve, ao passo que em Alcácer do Sal, os agricultores preveem cortar a A2 e avançar para Pegões.
Recorde-se que esta quarta-feira a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) reúne o Conselho de Presidentes, órgão consultivo que agrega os presidentes de organizações de produtores de todo o país, para debater a situação de crise na agricultura. O encontro tem também como objetivo abordar e tomar uma posição sobre os protestos dos agricultores em alguns países europeus.