O Ministério da Administração Interna (MAI) anunciou este domingo que vai participar ao Ministério Público (MP) todos os novos indícios de incitamento à insubordinação, a sua prática e eventual ligação a movimentos extremistas, praticados pelas forças policiais.
De acordo com o ministro da Administração Interna o direito à manifestação é legitimo e tem sido legitimamente exercido. No entanto, não pode ser confundido com indisciplina e atos de insubordinação que coloquem em risco o estado de direito.
José Luís Carneiro garantiu que não permitirá atos que possam colocar em causa a segurança dos cidadãos, tendo já mandado instaurar processos de inquérito disciplinar.
O governante falava aos jornalistas à saída de uma reunião, que durou mais de quatro horas, com o comandante-geral da GNR e com o diretor nacional da PSP, na sequência do adiamento no sábado do jogo Famalicão-Sporting, devido à falta de condições de segurança, causadas pela falta de policiamento.
Cerca de 300 polícias reuniram-se em frente ao MAI, em Lisboa, em apoio aos responsáveis da PSP e GNR reunidos com o ministro.
Sobre a ameaça, também no sábado, de boicote às eleições, José Luís Carneiro revelou ter participado à Inspeção-Geral da Administração Interna as declarações do presidente do SINAPOL (Sindicato Nacional da Polícia), que “ameaçaram colocar em causa a atividade da PSP durante os próximos atos eleitorais”.
Armando Ferreira, presidente do SINAPOL, admitiu que as eleições legislativas podem estar em risco, uma situação revelada depois do adiamento do jogo Famalicão-Sporting por ausência de policiamento no encontro da 20.ª jornada.
Sobre o suplemento pedido reivindicado pelos polícias da PSP e os guardas da GNR que motiva os protestos, Carneiro sublinhou que: “O governo em gestão não tem legitimidade passa assumir encargos permanentes e duradouros”.
Os elementos PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há mais de três semanas em protestos.