Preços altos, oferta limitada, mudanças no que diz respeito à visão do que querem sobre habitação. Os gostos e as vontades dos portugueses no que diz respeito à habitação mudaram ao longo dos anos como mostra o mais recente estudo da Century21 sobre o que mudou nos últimos anos.
Os dados mostram que, se em 2018 o principal motivo para os portugueses desistirem de comprar ou arrendar uma casa era não encontrar o que procuravam, atualmente o grande motivo tem sido o preço. Assim, 55% dos requerentes que desistiram da compra ou arrendamento “foram motivados por razões financeiras”. Para 23% para quem não foi a melhor altura e 18% não encontrou o que procurava.
“Esta tendência mantém-se quando olhamos para a Área Metropolitana de Lisboa. 51,2% dos indivíduos não compram nem alugam devido ao preço da habitação”, diz a mediadora, acrescentando que a principal razão “pela qual as pessoas optam por não adquirir uma casa, quer seja arrendada ou comprada, é o fator económico”. Mas não é a única razão. Em segundo lugar surge o facto de não ser a altura certa para comprar um imóvel, atingindo 27,9%.
O estudo aborda ainda o facto de os portugueses preferirem comprar ou arrendar uma casa. “Observando o mercado da habitação no seu conjunto, ou seja, tanto para quem procura como para quem oferece, 92,3% prefere viver em casa própria, embora 65,3% o faça atualmente”. As únicas diferenças a destacar, acrescenta a Century21, “verificam-se nas pessoas que hoje em dia arrendam, onde a percentagem das que gostariam de ter casa própria aumentou”.
No que diz respeito à procura de casa, os apartamentos T2 e os T3 continuam a ser as tipologias predominantes entre a procura e a oferta. Mas a verdade é que a maioria das pessoas procura um T3 para comprar ou arrendar, “mas tem que optar por um T2”. Além disso, “as áreas são menores e as escolhas acabam por ter de recair mais em apartamentos para não se esgotar o orçamento atribuído”. Os dados mostram ainda que o preço real “fica 4% abaixo do valor que os portugueses acreditam que podem pagar e a renda é semelhante”.
Mas há mais. Diz a Century21 que se verifica ser “necessário fazer ajustes em termos de prioridades relativamente às comodidades da casa, às valências da zona envolvente e das condições. Destaca-se a crescente importância de pátios e jardins”.
Ainda no que diz respeito à procura de casas na Área Metropolitana de Lisboa, “a grande tendência é procurar um apartamento usado sem necessidades de obras”. Mas os preços não ajudam e o orçamento ao final do mês também não. “Há uma ideia do que se pode pagar, contudo, com a subida das taxas de juro, quando pedem um empréstimo o valor que podem assumir baixa, devido à taxa de esforço limite imposta pelo Banco de Portugal”, refere a mediadora.
Olhando para a oferta e comparando com 2018, “a oferta de habitação continua praticamente na mesma linha”. Quer isto dizer que, no nosso país, os apartamentos usados sem necessidade de obras, T3, com um wc, de 91 a 120 metros quadrados, com terraço, varanda e garagem “predominam entre a oferta ativa e a que acaba por ser escoada. Contudo, as que foram absorvidas localizam-se no centro da cidade e as que estão em oferta situam-se nas zonas periféricas e no centro. Daí resultam ajustes nas condicionantes”.
A Century21 diz ainda que “mesmo com uma localização menos central, a oferta que está disponível tem elevadas expectativas de preço, pretendendo valores 7% acima das que foram escoadas e rendas idênticas”.
Olhando para quem compra casa em Portugal, 63% são mulheres. Entre os 30 e os 39 anos, é quando se regista o maior aumento (32%). 59% são famílias de 2 ou 3 pessoas e 73% quer ficar na mesma cidade. “Os apartamentos ganham destaque nas preferências nacionais (56%) e 95% tem como uma das maiores prioridades a segurança da zona”.
E as mudanças acontecem também no que diz respeito ao financiamento uma vez que “algumas tendências têm vindo a mudar nos últimos anos. 41% recorre a financiamento com parte do capital próprio”. Mas já mais. “50% quer casa de 100.000 euros a 200.000 euros. 189.823 euros é o preço médio absorvido”. Já no que respeita ao arrendamento, 55% quer renda até 500 euros. 589 euros é a renda média absorvida.