Venha o próximo líder do PSD domesticado

A consequência de um país financeiramente falido, é também a falência da democracia, dos princípios éticos e do próprio jornalismo.

Montenegro vai perder as eleições, mas a Direita vai ganhá-las. E o que vai fazer Montenegro? Uma coligação à Direita, tal como acontece no resto da UE, para governar? Não! Não pode fazer tal coligação por causa do Chega. Mas, é o Chega que apoia ditaduras, terroristas e a invasão da Ucrânia? Até agora, não. O Chega aborda temas que no resto da UE são debatidos por governos de Esquerda: o problema da emigração e da não integração de minorias étnicas. A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen – essa grande fascista – obrigou as mulheres migrantes ‘de origem não ocidental’ a trabalharem para receberem subsídios. Mas, cá, Ventura não pode dizer semelhante barbaridade. É verdade que Ventura já disse coisas muito estúpidas, como quando se referiu à sexualidade de Paulo Rangel, mas, quanto a minorias, só difere de outros líderes respeitáveis na forma e não no conteúdo.

Então por que motivo Montenegro não se coliga com o Chega? Porque o PS e os jornalistas socialistas decretaram uma Fatwa contra essa coligação. Motivo: o PS perderia o poder. E esta é a diferença entre a Direita e a Esquerda: aquela tem medo e obedece às ordens, esta não olha a meios para atingir o poder. Este é o retrato da política portuguesa e da maioria da classe jornalística – que certamente nunca ouviu falar dos seus colegas de profissão mortos, presos e torturados nos regimes apoiados pelo BE e pelo PCP.

Mas, além de medo, os dirigentes sociais-democratas parecem ainda não ter percebido o óbvio. A menos que haja nova bancarrota ou um PM socialista seja detido por infanticídio – homicídio não seria suficiente -, o PSD nunca mais volta a ganhar as eleições. Um desenho para eles perceberem: Nunca Mais! Motivo: a democracia portuguesa está reduzida a uma compra de votos dos pensionistas e dos funcionários públicos. Absolutamente mais nada decide uma eleição: um aumento de cinco Euros vale mais do que mil reformas. E quem paga é o PS. É claro que há nesta clientela quem tenha percebido que se a economia crescesse teriam melhores pensões e salários; há quem veja os seus filhos e netos emigrarem e diga basta; e há quem sinta na pele a degradação dos hospitais e também queira mudanças. Porém, a maioria destes votantes desvaloriza estes factos e já esqueceu que foi o governo socialista de Sócrates o responsável pela vinda da troika e dos respetivos cortes.

A consequência de um país financeiramente falido, é também a falência da democracia, dos princípios éticos e do próprio jornalismo. Tudo apodrece na sarjeta.

Portanto, a menos que Montenegro perca o medo, venha o próximo líder do PSD que senta, dá a patinha e rebola quando o PS e os jornalistas mandam. E no fim de mais uma derrota moralmente superior, dar-lhe-ão um biscoito e dir-lhe-ão que se portou muito bem.