O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou esta quinta-feira que a investigação policial no caso das suspeitas de corrupção na Madeira não fica “em xeque”. No entanto, Luís Neves admitiu “face ao que era expectável”.
“Não, não coloca em xeque o nosso trabalho, sabemos o que estamos a fazer, estamos seguros no que estamos a fazer, estamos convictos e muito motivados no trabalho que temos vindo a realizar há anos nesta investigação”, disse o diretor nacional da PJ.
“O que quero dizer e transmitir enquanto diretor nacional é a minha total confiança na equipa que investiga estes factos”, acrescentou Luís Neves, para quem “não há frustrações” face à decisão do tribunal no final do primeiro interrogatório judicial.
O diretor nacional da PJ expressou a sua “total confiança, segurança e serenidade” na investigação, mas admitiu preocupação.
“Estamos preocupados, naturalmente, face à operação que desencadeámos, face ao que era expectável, as decisões dos tribunais são para ser respeitadas, há mecanismos e o que é certo é que a investigação continua, sendo certo que não haverá aqui nenhuma decisão transitada em julgado”, disse Luís Neves, citado pela agência Lusa.
Recordando que o Ministério Público (MP) já anunciou recurso das medidas de coação, disse também que o inquérito não está nem encerrado nem arquivado.
“Isto acontece nas investigações e nos percursos. Investigar é um caminho, esse caminho vai ser feito sem que a PJ se desvie um milímetro dos seus objetivos, que é esclarecer a verdade”, disse o diretor nacional.
O diretor nacional da PJ declarou ainda que, face ao que sabe hoje”, voltaria a desencadear a operação na Madeira sem mudar nada, fazendo tudo “de igual forma”, uma vez que, defendeu Luís Neves, “os objetivos foram alcançados”.
“Quero reiterar que fizemo-lo com total sigilo, com total segurança e com eficácia de documentação que foi apreendida e que é muito relevante”, disse.
No âmbito da investigação, o ex-autarca do Funchal Pedro Calado e os dois empresários detidos durante três semanas no âmbito da investigação a suspeitas de corrupção na Madeira ficaram na quarta-feira em liberdade, sob termo de identidade e residência.