Normalmente começa com uma pesquisa concreta, mas quando se dá por isso já os olhos passaram por milhares de vídeos, num caminho sem fim e onde não há becos sem saída. Nos últimos dias, a lógica do scroll poderia ser mais ou menos esta: vídeos e conteúdos ilimitados do Super Bowl, aliás, de Taylor Swift no Super Bowl; mais precisamente nas bancadas do Super Bowl, onde foi uma das principais protagonistas do maior evento do ano dos EUA. Continuando este scroll no smartphone, os conteúdos associados à final do campeonato americano de futebol são infinitos: quase garantidamente com Taylor Swift, que não precisou de cantar para ser um dos destaques em Las Vegas: apareceu nos ecrãs gigantes e, como manda a “regra” dos grandes eventos desportivos, bebeu a cerveja num brinde que conquistou as redes sociais; acabando depois a noite com a vitória do Kansas City Chiefs, de Travis Kelce, que já se tornou um dos nomes mais reconhecidos da NFL (liga de futebol americano) desde que mantém uma relação amorosa com a artista. Aliás, as críticas ao destaque que Swift tem nos jogos do namorado é apenas mais um conteúdo a que se chega neste deslizar contínuo entre vídeos na internet. Mas nesta altura é preferível fazer um intervalo no assunto. E assim chega a vez de Usher entrar em cena nos nossos ecrãs, depois de ter sido este ano o responsável pelo célebre Halftime Show do evento, que é por muitos o momento mais aguardado da noite. Entre os melhores momentos e os recordes conseguidos na edição deste ano, deparamo-nos com outro feito histórico. Desta vez bem português, com a inédita conquista mundial do nadador Diogo Ribeiro nos 50 metros mariposa. Nenhum dos vídeos dura os 22 segundos que o jovem atleta precisou para atingir a marca, embora sejam várias as edições à volta da proeza nunca antes vista no desporto nacional. E continuando o scroll – o problema é que funciona assim, saltitando de tema para tema, não tem fim à vista – chega-se a uma notícia inusitada. Sobre uma pequena vila francesa que votou precisamente a favor da proibição de fazer scroll em público. Em Seine-Port (conta com cerca de 2000 residentes), combater a invasão dos smartphones tornou-se uma prioridade, mas a medida já está a merecer o unlike da população mais jovem. Para um detox digital, não há nada como ficar sem bateria…
O scroll infinito
De vídeo em vídeo, o scroll não tem fim à vista, daí ser considerado um problema