Todos os dias, diz não à violência contra as mulheres!

No ano passado foram mortas 25 mulheres. Continua a ser um número avassalador! E a leviandade com que se espanca, viola, assedia ou se mata uma mulher…

No dia 14 de fevereiro foi lançada uma campanha com o objetivo de envolver a comunidade contra o flagelo da violência doméstica. O seu mote? ‘Não se aceita, ponto’.

A verdade é que precisamos de campanhas em todo o lado. Num só dia, foram mortas duas mulheres e ainda nem estamos a meio de fevereiro. Esta campanha apoiada pela Câmara Municipal de Cascais, que se tem envolvido progressivamente e concretamente na ação e da concretização de medidas contra a violência doméstica junta várias entidades. A campanha foi lançada na quarta-feira, no Centro de Congressos do Estoril, em que participam o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, o secretário de Estado da Educação, António Leite, a presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, Rosário Farmhouse, e o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, entre tantas outras pessoas ligadas a esta temática como também a vereadora Carla Semedo, que tem sido uma personalidade importante no combate da mesma.

É necessário que assim o seja, porque podemos sempre fazer mais e melhor e apesar de ser dia 14 de fevereiro, podia simplesmente passar como um dia de namorados onde: «10 441 condenados por violência doméstica mas só 10% vão para a prisão. E as onde as autoridades receberam mais de 140 mil queixas entre 2018 e 2022». – segundo o jornal Correio da Manhã. 

É preciso apurar também se os mais jovens acham normal ser-se violento no namoro, sendo que há oito queixas de violência no namoro por dia e portanto várias campanhas, deram voz a este problema gritante no dia 14 de fevereiro. No ano passado, as autoridades receberam perto de três mil queixas relacionadas com o crime de violência no namoro. Isto grita por entre toda a sociedade e todos os jovens! Não podemos ignorar a raiz do problema, logo na base! No ano passado foram mortas 25 famílias. 25 mulheres, 25 famílias destruídas. Continua a ser um número avassalador! Pior que isso, é a leviandade com que se espanca, viola, assedia ou se mata uma mulher. Em apenas mês e meio, já existiram casos absolutamente chocantes, como a mulher que foi esfaqueada em plena via pública. Apesar de tudo, tenho que destacar algo que me parece extremamente importante: A União Europeia deu luz verde para que isto seja uma luta de todos. No entanto, cometeu um erro crasso, ao deixar que a violação, ficasse sem acerto legal na sua definição. E isso parece-me tão ou mais grave como o facto de Portugal continuar a ser o único Estado membro a não considerar a violação um crime público. Na esfera da União Europeia todos os países têm de estar em consenso e países que não respeitam os direitos das mulheres, claramente que iriam opor-se, como é o caso da Hungria. Apesar de tudo, Portugal continua a ter muito que andar, sempre numa ladainha de tentativas obscuras de sensibilizar sem responsabilidade pelo machismo instaurado quer nos tribunais quer fora deles, onde as mulheres, as crianças e os idosos ainda precisam que muito se faça por eles, todos os dias do ano!