No domingo com mais foco antes do domingo de 10 de março, as atenções viraram-se para todo o ambiente pré-debate, o próprio debate e o pós-debate. O dia que opunha os dois principais candidatos ao cargo de primeiro-ministro mereceu a pompa e circunstância digna do momento. As entrevistas na rua sobre o que se podia antever do frente a frente mais aguardado começaram cedo, mas entre preocupações generalizadas, havia prioridades especiais. «A que horas é o debate?», quis confirmar uma das entrevistadas depois de ter sido questionada se iria acompanhar a transmissão televisiva a partir das 20h30min, mostrando preocupação pela hora coincidir com a novela que acompanha fielmente. Afinal há programas que perdem o sentido se vistos em diferido – e se os jogos de futebol são um deles, o ep. 78 daquela trama parece ser outro. O interesse pela vida política pode continuar a ser um problema de difícil resolução e não só na faixa etária mais jovem. E se aparentemente quando há debate o programa prioritário na agenda é a novela, já quando se fala em novelas a queixa habitual passa a ser sobre o facto de o programa preferencial do público ser os reality shows. Mas se tudo se resumir ao verdadeiro espetáculo da vida real, nada como utilizar o paralelo para aumentar as audiências daquele que foi o Capitólio mais vigiado do país, pelo menos por um dia – até teve direito a ligações constantes e apresentação ao pormenor das várias divisões do espaço, desde o palco principal que seria pisado pelos protagonistas aos camarins.
Assim, se isto fosse um Big Brother, arrancaria a partir daqui a contagem decrescente para a gala final. No próximo dia 10 a votação não poderá ainda ser feita através de uma App e o prémio não será em cartão, mas espera-se que coletivo e, por isso, o dever pede que seja em massa.