Mais de 80% dos jovens diplomados têm emprego três anos após concluírem o ensino secundário ou superior. A informação é de um relatório que confirma as vantagens salariais associadas à maior formação académica.
A meta europeia estabelecia que, até 2020, pelo menos 82% da população entre os 20 e os 34 anos com o ensino secundário deveriam encontrar emprego no período de um a três anos. Em Portugal, o objetivo foi alcançado em 2022.
O relatório “Estado da Educação 2022”, divulgado esta terça-feira pelo Conselho Nacional da Educação (CNE), dedica um dos capítulos à qualificação e emprego e, na análise entre os dois indicadores mostra, que a percentagem de diplomados entre os 20 e os 34 anos com emprego até três anos após concluir o secundário ou o superior é de 81,7%, o valor mais alto de sempre.
“Também as taxas de empregabilidade, por nível de qualificação, para a mesma faixa etária mostram que quem estuda mais tem maior probabilidade de conseguir um emprego”, acrescenta o relatório, que faz que faz um retrato do ensino em Portugal.
O estudo refere que a taxa de empregabilidade dos que concluíram o ensino secundário ou pós-secundário foi de 80,1% em 2022. Por outro lado, a empregabilidade dos jovens destas idades com habilitação máxima correspondente ao ensino básico é de 43,7%.
De acordo com o relatório, citado pela agência Lusa, para além de se conseguir ou não emprego, as vantagens refletem-se, sobretudo, em termos remuneratórios. O “Estado da Educação 2022” revela, com dados de 2021, que um doutorado ganha quase três vezes mais do que alguém que concluiu apenas o secundário.
Os investigadores do CNE estimam que um trabalhador com o ensino secundário recebe, em média, 953 euros brutos mensais, contra 2.552 euros para um doutorado. Já o salário bruto de um licenciado ronda os 1.649 euros, enquanto quem tem um mestrado recebe 1.771 euros.
Na base da tabela estão os trabalhadores apenas com o 1.º ciclo de escolaridade, que recebem, em média, 783 euros brutos, menos 32 euros do que quem concluiu o 2.º ciclo e menos 54 euros do que quem terminou o ensino básico.
Ainda assim, “em termos do salário real, a compensação é ainda significativamente inferior quando comparada às de economias europeias mais saudáveis, especialmente quando se trata das qualificações cimeiras — licenciaturas, mestrados e doutoramentos”, acrescenta o relatório.