Começou por referir, quando o PS perdeu as eleições Regionais nos Açores, “No plano nacional, já o disse várias vezes…Qualquer outro cenário, eu posso dizer que é muito difícil, praticamente impossível, que o PS possa viabilizar um governo da direita”. O PS disse, depois, que votaria uma moção de rejeição ao programa de governo da AD nos Açores.
Pedro Nuno Santos, no debate com Luís Montenegro, ao responder à pergunta o que faria se perdesse as eleições disse que não votaria nem apresentaria uma moção de rejeição ao governo da AD, ou seja, viabilizava o governo minoritário da AD.
Dois dias depois do debate, à entrada para um evento da CIP, confirmou, o que tinha dito no Alentejo no dia anterior, que o PS só governaria se ganhasse as eleições ou conseguisse formar uma solução de governo com apoio maioritário. Ou seja, mesmo perdendo as eleições faria uma nova geringonça.
À saída do evento da CIP disse que mantinha o que tinha dito no debate com Luís Montenegro e que exigia reciprocidade ao PSD.
Além de não ter credibilidade, por ter mudado tantas vezes de opinião, o que PNS diz agora é diferente do que disse no debate. Dizer que é absolutamente claro e o que diz agora é o mesmo que disse no debate é uma grande mentira.
Reciprocidade é: governa quem ganha as eleições, é oposição quem as perde. António Costa acabou com a reciprocidade em 2015, quebrou essa regra, para ser primeiro-ministro, pois perdeu as eleições e governou. Não há qualquer reciprocidade do PS, pois em quatro cenários PNS quer governar em três deixando um cenário para LM.
É de um enorme descaramento PNS dizer que só a esquerda assegura a estabilidade e que a direita é uma grande bagunça. Há eleições legislativas porque o PS desbaratou a maioria absoluta que tinha, com sucessivos escândalos e demissões, e o governo socialista implodiu com a demissão de António Costa por indecente e má figura. As eleições legislativas de 2022 ocorreram porque a extrema-esquerda não aprovou o Orçamento de Estado do governo socialista. Que grande estabilidade! É uma grande bagunça!
E eis que ao segundo dia de campanha aparece Pedro Passos Coelho a dar o seu apoio à AD e a dizer que o mais natural é a AD ganhar as eleições legislativas. Ao contrário que tem dito a comunicação social Pedro Passos Coelho é um activo muito valiosos da AD. Os portugueses têm uma dívida de gratidão a Pedro Passos Coelho. Não tenho qualquer dúvida que Passos Coelho vai conseguir convencer muitos dos indecisos, que já votaram no PSD e no CDS/PP, e que poderiam estar a pensar votar no Chega a votarem agora na AD.
Também ajuda a contrariar a campanha da comunicação social de que o PSD afastou Passos Coelho. É mais uma das mentiras de André Ventura que está a imitar os socialistas.
O crescimento do Chega, para além de ter sido inflacionado pelos socialistas e pela comunicação social, também se deveu a erros do PSD e o CDS/PP, pois deixaram de falar em temas como o combate à corrupção e à economia paralela, os abusos com as prestações sociais não contributivas, as questões de segurança, a imigração descontrolada, a ideologia de género e o patriotismo.
A corrupção e a economia paralela movimentam muitos milhões de euros. Há uma correlação entre os níveis de corrupção e a riqueza dos países. Não é por acaso que os países do sul da europa têm mais corrupção e são mais pobres que os países do centro e norte da europa que são mais ricos e têm menos corrupção.
Não é aceitável que uma pessoa receba o Rendimento Social de Inserção (RSI) e depois conduza um Porsche e tenha uma moradia em Gaia de vários milhões de euros. Tem de haver fiscalização na atribuição das prestações sociais não contributivas. Tem de haver a condição de recurso para todas as prestações sociais não contributivas.
O Chega fala destes temas duma forma oportunista, não para os resolver, pois não vai ser governo, mas de uma forma populista para conseguir votos.
Grande parte da comunicação social actua como se fosse o quarto poder, tentando condicionar os três poderes que existem: Executivo, Legislativo e Sistema Judicial.
Lembro-me de ver ou ler o Fundador do Expresso Francisco Pinto Balsemão dizer que a comunicação social não é o quarto poder e a sua função é escrutinar os três poderes que existem.
Os jornalistas que têm comentado os debates entre os diferentes partidos políticos, não têm actuado como jornalistas, pois por mais que tentem ser imparciais acabam por emitir a sua opinião e condicionar quem está a ver o programa. Sugiro que convidem apenas comentadores, pois assim sabemos que se trata das suas opiniões.