Mais de 30 empresas dos media, de 17 países europeus, realizaram uma ação contra a Google, devido a “comportamento anticoncorrencial” nos serviços de “ad tech” (tecnologia de publicidade. Entre as várias empresas que subscreveram a queixa, encontra-se o Grupo Imprensa, detentor da SIS e do semanário Expresso.
As empresas de comunicação social explicaram, em comunicado, que a queixa coletiva foi realizada num tribunal, em Amsterdão, e contempla um pedido de indemnização de 2,1 mil milhões de euros.
Os subscritores da queixa acusam a multinacional tecnológica de dominar todo o mercado económico de publicidade online, especialmente no que toca às tecnologias utilizadas para a publicidade e a sua seleção em cada site.
Na nota, as empresas referem que: “Se compararmos os leilões de anúncios com uma bolsa de valores, é como se a Google representasse vendedores e compradores, para além de serem donos da própria bolsa, criando assim um conflito de interesses”.
Face a este comportamento da Google, as empresas do setor dos media decidiram “consolidar os pedidos de indemnização contra uma das maiores empresas a nível global, que durante muitos anos tirou partido da sua posição dominante no mercado”.
O monopólio da empresa tecnológica, esclarece o comunicado, gerou perdas financeiras às empresas de comunicação social, quando deveria ter gerado mais receitas.
Damien Geradin, sócio-fundador da sociedade de advogados Geradin Partners, que apresentou a queixa juntamente com outra sociedade, a Stek, considera que: “Já se perdeu demasiado tempo para chegar ao centro das irregularidades na ‘ad tech’ por parte da Google, que são agora claras. É tempo de a Google ser responsabilizada pelos seus abusos e compensar as vítimas, o setor plural e vital dos média na Europa”.