Num vídeo apresentado, esta quinta-feira, na abertura da cimeira ambiental da VI Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente (UNEA-6), António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), voltou a sublinhar que o planeta está “à beira do abismo”.
O líder da ONU alertou que o clima “está a implodir” e que a culpa “é da humanidade”. “As consequências, desde rios envenenados até à subida dos mares, afetam-nos a todos” explicou, sublinhando que são os “os menos responsáveis” aqueles que “mais sofrem” com as consequências das alterações climáticas.
Para combater a esta crise, Guterres defendeu que deve ser realizado um trabalho “em conjunto par colocar o mundo no caminho da sustentabilidade e acelerar o desenvolvimento sustentável”.
“Isto significa tomar medidas urgentes para acelerar uma transição justa dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, adaptar-se a fenómenos meteorológicos extremos, proporcionar justiça climática, controlar a poluição e proteger e restaurar os ecossistemas”, sublinhou.
O responsável da ONU afirmou que devem ser os países a “definir objetivos nacionais para cumprir este quadro”, ou seja, “criar novas novas contribuições a nível nacional para toda a economia antes de 2025 que estejam em linha com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius”.
“Juntos, precisamos que os governos elaborem um novo tratado sobre a poluição causada pelo plástico e aumentem o financiamento para o desenvolvimento sustentável e para ações climáticas e de biodiversidade nos países em desenvolvimento” apelou.
Na sua mensagem de apresentação aos líderes da UNEA-6, principal órgão da tomada de decisões ambientais do mundo, onde se encontram chefes de Estado e líderes políticos de todo o mundo, António Guterres pediu aos países para “cumprirem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”.
“Vocês têm muitas resoluções importantes diante de vocês, então aproveitem esta oportunidade para pressionar por soluções multilaterais. Vamos fazer o espírito de Nairobi funcionar mais uma vez”, referiu.
A UNEA-6 reúne mais de 5.000 representantes governamentais, de todo o mundo, seja na sociedade civil ou no setor privado. A assembleia começou na passada segunda-feira, em Naiorobi, no Quénia, e irá decorrer até sexta-feira.
Na sessão deste ano, a sexta desde o lançamento da Assembleia em 2014, espera-se que os países avaliem cerca de 19 resoluções, que contemplam desafios como parar a desertificação, combater a poluição atmosférica ou limitar a poluição química.