Marcelo lembra António Pedro Vasconcelos como um “homem culto, frontal, interventivo e intempestivo”

Presidente da República considera que realizador “foi figura destacada” do último meio século, em “tudo o que fez”.

Marcelo Rebelo de Sousa manifestou “pesar e reconhecimento” ao realizador António Pedro Vasconcelos, que morreu esta quarta-feira.

“Homem culto, frontal, interventivo e intempestivo, gostava de literatura, da clareza e acutilância da prosa de Stendhal, dos grandes mestres do cinema clássico americano, e envolveu-se em campanhas políticas e em combates cívicos, ligados por exemplo à RTP e à TAP”, lê-se no comunicado partilhado no site da Presidência da República.

“Também professor, cronista e ensaísta, esteve ligado ao decisivo Centro Português de Cinema e à Associação Portuguesa de Realizadores. Em tudo o que fez, foi figura destacada no nosso espaço público do último meio século”, acrescenta o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa lembra ainda que o realizador dirigiu documentários, uma ficção, e depois da Revolução esteve com o cinema militante.

“Na sequência de «O Lugar do Morto» (1984), à época o maior sucesso de bilheteira nacional, António Pedro Vasconcelos viria a destacar-se como defensor e praticante de um cinema de grande público, projeto que nunca abandonou e que se tornaria uma polémica recorrente, pois dizia respeito tanto aos modos de financiamento como às próprias ideias de cinema e de público”, sublinha.

O chefe de Estado termina dirigindo-se à família do cineasta.

“Com antiga e grande amizade, o Presidente da República manifesta à Família de António Pedro Vasconcelos o seu pesar e o seu reconhecimento”.