Portugueses em altas ondas

Os surfistas australianos dominaram o primeiro dia de prova no Meo Rip Curl Pro, onde alguns favoritos foram surpreendidos. Frederico Morais e o estreante Matias Canhoto passaram à ronda seguinte. A ameaça de tempestade parou a prova.

O dia começou bem cedo, pelas 8h00, com a primeira chamada para a terceira prova do World Surf League (WSL), que se realiza na Praia de Supertubos, em Peniche. Havia boas ondas para os surfistas rasgarem, mas os famosos tubos de Peniche não apareceram. Em vez disso, os melhores surfistas do mundo aproveitaram as rampas deixadas pelas ondas para executar vistosas manobras aéreas, o júri e os muitos espetadores agradeceram. No primeiro dia viu-se surf de muita qualidade, só que a sessão terminou mais cedo devido às condições adversas do tempo e amanhã também não haverá prova. A próxima chamada está marcada para dia 8, pelas 7h30, com a prova feminina e com as baterias de repescagem, onde vai participar Joaquim Chaves.

Frederico Morais venceu o seu heat com um surf prático e consistente tendo em as condições do mar. “Não foi tão fácil como parece. Mas diverti-me e somei dois bons resultados. Estava à procura de uma onda e sabia que precisava de duas boas manobras. Felizmente, consegui o resultado. É ótimo ganhar aqui logo na primeira ronda, especialmente porque na ronda das repescagens estão excelentes surfistas”, explicou Kikas Morais. O surfista português está a disputar o circuito mundial e referiu que “estar em Portugal é muito bom, ter o apoio da família e amigos é ótimo”. Esta etapa do WSL é muito importante para melhorar a sua pontuação e evitar o “cut” a meio da época, que significa a eliminação da competição.

Para os portugueses a grande novidade foi a presença do jovem de 17 anos Matias Canhota. O surfista de Peniche soube na terça-feira à noite que ia substituir o consagrado Kelly Slater (campeão do mundo por 11 vezes), que não recuperou de uma lesão antiga. O português foi uma boa surpresa e garantiu a passagem à fase seguinte com o segundo posto na sua bateria. “Estou muito feliz por seguir em frente. É uma honra competir com estes surfistas em casa. É mesmo um sonho”, começou por dizer Matias, que recordou o momento em que soube que ia entrar no campeonato “estava a jantar quando o Francisco Spínola me ligou a dizer que havia a possibilidade de entrar no campeonato. Já nem consegui acabar de jantar, os nervos começaram a correr, quase não consegui dormir”, e admitiu “foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida”. O outro português a competir em Peniche é Joaquim Chaves. O campeão nacional realizou várias manobras incompletas, e isso penalizou a sua pontuação. Vai disputar a repescagem e tentar passar à ronda seguinte “dei o máximo, mas não consegui passar. Vou continuar focado, e a dar o meu máximo”, disse resignado.