As autoridades russas alertaram para as possíveis consequências de um envio de armamento nuclear dos EUA para o norte da Europa. A garantia é que serão considerados “alvos legítimos em caso de confronto” entre a Rússia e a NATO.
“Não é necessário ser um estratega militar para perceber que isso representaria uma ameaça direta” para a Rússia, afirmou esta quarta-feira a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) do país. “Naturalmente, [esses equipamentos] seriam, inevitavelmente, incluídos na lista de alvos legítimos em diferentes cenários de colisão direta”, acrescentou Maria Zakharova.
A porta-voz do MNE russo sublinhou que as autoridades finlandesas “não informaram os seus cidadãos dos riscos que correm se permitirem a colocação dessas instalações” no país na sequência da sua adesão à Aliança Atlântica, em abril de 2023.
Zakharova criticou as palavras do presidente finlandês, Alexander Stubb, que permitiu uma revisão das principais “linhas legislativas do país, que atualmente proíbem a colocação de armas militares em território finlandês” e afirmou que “esta [postura] preocupa a Rússia”.
“Se este tipo de armas aparecer no norte da Europa, a segurança destes países não só não aumentará como sofrerá claramente um revés porque outros países do continente (…) terão de ter isso em conta”, disse, citada pela agência Lusa.
A Finlândia tem a fronteira terrestre mais longa da aliança militar com a Rússia – 1.340 quilómetros – e é um dos fornecedores europeus mais ativos de ajuda militar e civil à Ucrânia.