As queixas sobre aumento de preços foram as que mais cresceram nas telecomunicações em 2023. A demora/problemas na ligação inicial é o principal assunto reclamado e a NOS o operador com mais reclamações por mil clientes, revelou esta quinta-feira a Anacom.
Em comunicado, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) refere que a faturação e contratação de serviços e a assistência técnica dominaram as reclamações de comunicações eletrónicas no ano passado. No top de assuntos mais reclamados neste período estão também as falhas e o cancelamento do serviço.
Ainda assim, no total, houve menos cerca de 3.000 (2%) reclamações escritas em 2023 do que em 2022. A Anacom recebeu cerca de 107.100 queixas por escrito contra prestadores de serviços de comunicações no ano passado.
Destas, 65% do total respeitam a comunicações eletrónicas, menos 4% face a 2022, e 35% visaram o setor postal.
Nas telecomunicações, a faturação de serviços foi o assunto mais reclamado, com 19,1% das reclamações, tendo a Vodafone sido responsável por 41% das reclamações relacionadas com os valores faturados.
A contratação de serviços foi o segundo assunto mais reclamado, com destaque para a NOS e a Vodafone, responsáveis, cada uma, por 37% das reclamações. Destaque ainda para a assistência técnica, que motivou 13,1% das reclamações, com a MEO a ser alvo de 35% das reclamações sobre este assunto.
As queixas que mais aumentaram em 2023 foram motivadas pelo aumento do preço do serviço. Já a demora ou ligação inicial deficiente de serviços fixos foi o segundo motivo de reclamação que mais subiu no ano passado e continuou a ser o assunto mais reclamado pelos utilizadores de serviços, estando na base de 17% das reclamações do setor.
Em contrapartida, a cobrança de penalização por cancelamento antecipado no caso de alterações de circunstâncias do reclamante foi o motivo que mais diminuiu em 2023.
Entre os vários prestadores, a NOS foi o que registou mais reclamações por 1.000 clientes (7,5), seguindo-se a Vodafone, com 6,6, e a MEO, com 3,7. Já em termos absolutos, a Vodafone foi o prestador que registou mais reclamações (35%), apesar de o seu número de reclamações ter diminuído face a 2022.
A NOS foi o segundo prestador de serviços mais reclamado em 2023, com 34% do total de reclamações do setor, seguida da MEO, com 29%, e da NOWO, com 3%.
No setor postal registaram-se 37,3 mil reclamações em 2023, número que a Anacom, citada pela agência Lusa, diz estar “em linha com o registado em 2022”.
Os CTT são responsáveis por cerca de 82% do total, mas registaram uma diminuição das queixas de 4% face a 2022. Seguiu-se a DPD como o segundo prestador mais reclamado, com 3,4 mil reclamações, mais 37% face a 2022.
A falta de tentativa de entrega no domicílio foi o motivo mais mencionado nas reclamações sobre serviços postais, constituindo 21% do total de reclamações do setor e 18% das reclamações contra os CTT.
Entre os motivos que mais aumentaram face a 2022, o regulador destaca o extravio de correio registado nacional e a falta de informação sobre o seguimento do objeto postal.