“Portuguesos” sim, Portugueses não.  

Em campanha eleitoral, os malmequeres das sondagens diárias que envenenam e manipulam o eleitorado, a meu ver atingiu os limites da sanidade democrática.

Todos os políticos que proclamam “portugueses e portuguesas”, procurando agradar à faixa feminina da população, pratica um ato sexista, de exclusão de metade dos cidadãos e cidadãs. 

Se “portugueses” terminando em “es”, não indica TODOS, então exige-se, perante o direito de ser binário, que enquanto homem seja tratado como portugueso. É ridículo? Sim, mas não mais ridículo que tudo o resto sobre esta matéria.

Onde ficou a noção de igualdade de género, nesta salada russa (russa?) dos binários ou não, de isto e aquilo ou não? Da tolerância à intolerância, onde o objetivo cessou de sermos somos todos iguais, para apenas sermos todos preconceituosamente diferentes? 

Peço-vos por favor, de proferirem a partir de hoje, “portuguesos e portuguesas” sff, para nos respeitar. Aliás, indo ao encontro dos não binários, a forma correta deverá ser: portuguesas, portuguesos e portugueses.  

Boa sorte! 

Em campanha eleitoral, os malmequeres das sondagens diárias que envenenam e manipulam o eleitorado, a meu ver atingiu os limites da sanidade democrática.

Nas eleições passadas, em que o PS ganhou com maioria absoluta, na sexta-feira antecedendo o dia do voto, as sondagens deram subitamente a vitória ao PSD de Rui Rio. Confesso que nessa sexta-feira quando ouvi isto, me ri. E disse a quem quis escutar, que era uma golpada: Para mobilizar o eleitorado mais à esquerda, a votar útil nos socialistas. 

E resultou. 

Ora no presente, assistimos a várias sondagens diárias, dando e retirando um ponto percentual a este, outro ponto àquele. Lembrando o desfolhar dos malmequeres, dizendo “mal me quer, bem me quer”. 

Esta prática condiciona os portugueses livres da militância, hesitando em votar útil ou votar em quem preferem. E é transversal à esquerda como à direita. 

Boa parte do eleitorado, não votará nos programas dos partidos políticos, mas conduzidos pelas probabilidades de resultados, segundo indicam a avalanche de comentadores nada isentos, bem pelo contrário, e das sondagens diárias. Continuaremos em democracia? Sim, certamente, mas certamente uma democracia deveras condicionada.

E o condicionamento democrático é idêntico aquela história da água morna, que ao lume vai aquecendo até nela nos ferver. De condicionalismo em condicionalismo, se perderão a liberdades democráticas.

E onde andam os pequenos partidos sem assento parlamentar? Pouca ou nenhuma cobertura lhes é dada pelos média, apesar de, perante eles, não existir nenhuma lei nem regra, que imponha primazia aqueles que têm um ou dois deputados já eleitos. Há quase uns cinquenta anos atrás, recordo-me que era mais justo, mais democrático, todo este processo.

Por fim devo salientar que nunca vi tanta gente a prometer tanto, inclusivamente os pequenos partidos que lutam por ter 1 ou 3 deputados, a prometerem aumentar os pensionistas etc. Quando sabemos de antemão, que em política nacional, aquilo que é prometido jamais é devido, soa a burlesca esta toada de promessas numa desesperada caça ao voto.

Fica um conselho para quem queira de novo a geringonça: para expressar essa vontade, tem de preencher 3 quadradinhos, uma cruz no PS, outra na CDU e outra no BE. Chama-se uma tripla, e como sempre, se ganhar, todos teremos de pagar mais e mais.

Ah e esta quinta-feira as sondagens darão uma subida da AD, na sexta-feira essa distância para com o PS, será ainda maior. Foi exatamente assim, que o Costa ganhou a maioria absoluta. Não se esqueçam.