Não vale a pena a comunicação social continuar a falar de cenários hipotéticos que não vão ocorrer. Não vai haver maioria de esquerda no Parlamento.
Os debates beneficiaram a AD e prejudicaram o PS e o Chega. A campanha eleitoral tem contribuído para o crescimento da AD e para a descida do PS e do Chega. Se a esquerda garante a estabilidade, porque estamos em eleições legislativas antecipadas quando havia uma maioria absoluta do PS?
A derrota do PS, com valores idênticos ao de José Sócrates em 2011, será uma humilhação para António Costa, pois resulta da avaliação que os portugueses fazem do desgoverno socialista dos últimos oito anos. Bem pode António Costa continuar a mentir e a inventar uma narrativa, à semelhança do que faz José Sócrates, que “Estamos na situação em que …interromperam o jogo”, quando foi António Costa que se demitiu, por indecente e má figura, abandonou o campo de jogo e levou a sua equipa à derrota.
Estou convencido que os deputados da AD e da Iniciativa Liberal vão ser superiores aos deputados da esquerda e da extrema-esquerda juntos, o que permitirá governar em maioria relativa, como nos Açores. Até pode acontecer que tenham maioria absoluta. Irá depender do resto da campanha eleitoral.
Se a AD conseguir mobilizar os abstencionistas a irem votar será mais fácil a AD formar governo e não depender do Chega.
Com a tendência de subida da AD e quando houver a percepção que vai ganhar as eleições, vai funcionar o voto útil, em especial nos distritos onde a IL e o Chega não elegem deputados. O que fará com que o Chega não tenha a percentagem de votos que as sondagens lhe atribuem.
Quando houver a percepção que o PS vai perder as eleições, deixa de funcionar o voto útil à esquerda e o BE e o PCP vão subir a sua votação em comparação com 2022.
Não acredito que a votação do PS seja de 30%, que a do Chega seja de 17% e que a da CDU seja de 3%.
Em 2022 os partidos do centro-direita e da direita tiveram 42,78%. Em 2019 tiveram 35,33%. Em 2015 tiveram 38,57%. Em 2011 tiveram 50,35%.
Tendo em conta as tendências das diferentes sondagens, a minha previsão das eleições é:
AD 35 a 38%
PS 27 a 29%
Chega 10 a 12%
BE 6 a 7%
IL 5 a 6 %
CDU 5 a 6%
PAN 1 a 2%
Livre 1 a 2%
O/B/N 4%
Ricardo Reis da CESOP, da Universidade Católica, disse que não é possível saber a distribuição dos resultados da sua sondagem por distritos.
Não sei como a comunicação referiu que no Algarve o Chega poderá ficar à frente da AD.
Ora só o PSD, em 2022, teve 47.471 votos (24,35%) com 3 deputados e o Chega teve 23.988 votos (12,30%) com 1 deputado. Não estou a ver como o Chega vai ficar à frente da AD.