Pritzker para o arquiteto da transparência

A Biblioteca de Tianjin, na China, uma combinação de leveza e escala monumental: tem capacidade para cinco milhões de livros.

Edifícios com fachadas e paredes de vidro, passagens suspensas, terraços que comunicam entre si, pátios ajardinados que convidam ao encontro. O júri do Prémio Pritzker anunciou esta semana a atribuição da distinção ao arquiteto japonês Riken Yamamoto, curiosamente nascido em Pequim, em 1945, e ‘transplantado’ para Yokohama logo a seguir ao fim da Segunda Guerra Mundial.

Na génese da sua carreira esteve uma visita que fez quando tinha 17 anos a um templo do século VIII em Nara, tendo ficado impressionado com o Pagode de Cinco Andares, em que cada andar simbolizava um dos cinco elementos budistas – terra, água, fogo, ar e espaço. «Estava muito escuro, mas pude ver a torre de madeira iluminada pela luz da lua e o que encontrei naquele momento foi minha primeira experiência com arquitetura», recordaria.

Os seus projetos procuram repensar as fronteiras entre o espaço público e o privado, e criar um sentido de partilha e de comunidade.

O júri enaltece Yamamoto «acima de tudo por nos lembrar que na arquitetura, como na democracia, os espaços devem ser criados pelo determinação do povo».

O arquiteto japonês tanto desenhou pequenas casas unifamiliares como gigantescos complexos residenciais. A biblioteca de Tianjin, na China, com capacidade para mais de cinco milhões de livros, é um dos seus projetos mais emblemáticos.