Aeroporto. CTI diz que Santarém nunca foi descartado

Rosário Partidário contestou as declarações dos promotores, admitindo que não recebeu qualquer indicação da NAV – Portugal, responsável pelo controlo de navegação aérea, sobre as suas declarações.

Rosária Partidário, Coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI), do novo aeroporto, afirmou, esta terça-feira, que o projeto de Santarém não foi descartado, mas, de acordo com a NAV e a Força Aérea, não pode ser centro de conexão (‘hub’) intercontinental.

A coordenadora, citada pela agência Lusa, esclarece que: “Santarém nunca foi descartado, porque Santarém faz parte das opções estratégicas que constam da Resolução do Conselho de Ministros e, portanto, tinha de se manter na avaliação até ao final, o que acontece foi que nós, no relatório preliminar, quando considerámos Santarém inviável, era inviável para se constituir como um ‘hub’ intercontinental”

Na passada segunda-feira, a CTI entregou o relatório final da ambientação estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de Alcohcete ou Vendas Novas, mas este novo documento indicava que Humberto Delgado + Santarém “pode ser uma solução”.

A Comissão, relativamente à solução de Santarém, entende que poderia funcionar como “aeroporto complementar ao AHD [Aeroporto Humberto Delgado], mas com um número de movimentos limitado, não permitindo satisfazer a capacidade aeroportuária necessária no longo prazo”, mas “teria a vantagem de permitir ultrapassar no curto prazo as condicionantes criadas pelo contrato de concessão, tendo ainda como vantagem um financiamento privado”.

Esta terça-feira, os promotores do projeto do aeroporto de Santarém tinham afirmado que a CTI “não deu a devida atenção ao trabalho desenvolvido sobretudo entre dezembro e janeiro”.

Rosária Partidário contestou as declarações dos promotores, admitindo que não recebeu qualquer indicação da NAV – Portugal, responsável pelo controlo de navegação aérea, sobre as suas declarações.

“Nós temos no relatório ambiental, no anexo um, um ofício do Estado Maior da Força Aérea onde está muito claro que não pode haver cedência da área do bloco de Monte Real”.

A coordenadora da CTI explicou também que a comissão decidiu diferenciar, no relatório final, uma solução “potencialmente de mais curto prazo”, face ao tempos apresentados pelos promotores do projeto, sabendo que Santarém tem uma pista que pode ajudar a descongestionar eroporto Humberto Delgado, mas com um menor número de movimentos do que Lisboa para se constituir como um ‘hub’ intercontinental”.

O relatório final, que se encontra disponível para consulta na página aeroparticipa.pt, irá ser formalmente entregue, ao Governo, em 22 de março, juntamente com o parecer da Comissão de Acompanhamento, presidida por Carlos Mineiro Aires.