Os polícias são gente de ação, mas sobretudo de razão. Por isso mesmo, após a surpresa da sua discriminação salarial, os profissionais das forças de segurança souberam esperar o tempo certo de reposição da justiça.
A herança é pesada, a vontade de resolver certa, a confiança total: o próximo primeiro-ministro já o disse; o ministro da administração interna vindouro está ciente do desafio e das soluções necessárias, a construir em parceria com as associações profissionais e sindicais. Assim sendo, a reposição da justiça salarial nas forças de segurança vai ser uma prioridade do próximo Governo da República, uma bandeira dos primeiros 100 dias de governação.
Até lá, como sempre as forças de segurança continuam a dar o seu melhor, sem esquecer o sucedido, impróprio do Portugal de Abril.
Estamos todos cientes, estamos todos empenhados – até porque há muito mais resolver: problemas que se arrastam ao longo dos anos… É tempo de fazer obra, de ousadia na solução, ouvidas as palavras, conhecida a vontade e eleita a vontade popular: um voto da democracia em prol das forças de segurança, garante do normal funcionamento das instituições democráticas, num tempo de sombras no horizonte europeu.
Ex-inspetor-geral da PSP e professor universitário