Um Van Gogh no mundo dos ricos

O quadro de Maastricht, intitulado Tête de paysanne à la coiffe blanche, foi vendido por 4,5 milhões de euros para um museu fora da União Europeia.

Uma vez por ano, durante alguns dias, a cidade de Maastricht, na Holanda, torna-se o ponto de encontro obrigatório para galeristas, antiquários, colecionadores, profissionais dos museus e amantes de arte endinheirados, que ali chegam de comboio ou de jacto privado.

A edição de 2024 da TEFAF, que terminou ontem, 14 de março, gabou-se de juntar sob o mesmo teto 7 mil anos de arte, apresentados por 272 expositores provenientes de 22 países.

Um dos pontos altos da feira foi sem dúvida este pequeno retrato de uma camponesa de touca branca, pintado por Vincent Van Gogh em 1884 e trazida a Maastricht pela galeria MS Rau, de Nova Orleães.

Naquele período, que se seguiu a uma tentativa frustrada de iniciar uma carreira como pregador religioso, Van Gogh procurou o contacto com os mais humildes, que culminaria na célebre tela Os Comedores de Batatas, de 1885, em que retratou as lúgubres condições em que viviam os aldeões.

O quadro de Maastricht, intitulado Tête de paysanne à la coiffe blanche, foi vendido por 4,5 milhões de euros para um museu fora da União Europeia. Um retrato de uma mulher pobre que fez sucesso num mundo de ricos.