EUA garantem que ‘não vão deixar cair a Ucrânia’

Os responsáveis pela defesa alertam para o facto de a Ucrânia estar a ser ultrapassada pela Rússia no campo de batalha

O secretário da Defesa norte-americano garantiu esta terça-feira que os EUA “não vão deixar cair a Ucrânia”, numa altura que a ajuda dos EUA para armamento continua bloqueada no Congresso. 

A garantia de Lloyd Austin foi dada na abertura da 20ª reunião do Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, a principal organização de coordenação para a entrega de armas e outras ajudas à Ucrânia. O encontro realiza-se esta segunda-feira na base aérea norte-americana de Ramstein, na Alemanha.

O secretário da Defesa dos EUA disse que a Rússia pagou um “custo impressionante” pela guerra, repetindo as estimativas de que pelo menos 315.000 soldados russos foram mortos ou feridos na guerra, que custou até 211 mil milhões de dólares.

”As tropas ucranianas enfrentam condições difíceis e combates duros. E os civis da Ucrânia enfrentam uma barragem constante de mísseis russos e drones iranianos”, disse Lloyd Austin. “Mas a Ucrânia não vai recuar. E os Estados Unidos também não”, acrescentou.

A reunião de Ramstein ocorre uma semana depois dos EUA terem conseguido utilizar 300 milhões de dólares em poupanças contratuais para financiar um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia. Os responsáveis da defesa norte-americana usaram armas armazenadas pelo Pentágono, naquela que foi a primeira tranche enviada desde dezembro do ano passado.

A “injeção única” permitiu ao Departamento de Defesa utilizar a autoridade presidencial para retirar armas e equipamento dos paióis do Pentágono e enviá-los para a Ucrânia.O dinheiro é depois utilizado para adquirir peças de substituição, garantindo material bélico disponível para as Forças Armadas dos EUA.

No entanto, nos últimos três meses, os dirigentes norte-americanos têm insistido que não podiam retirar mais armas porque não tinham mais fundos para a reposição. O Congresso encontra-se num impasse há vários meses sobre uma nova proposta suplementar de ajuda internacional de 95 mil milhões de dólares. Esta inclui cerca de 60 mil milhões de dólares de ajuda à Ucrânia.

As autoridades norte-americanas afirmam que existe um apoio bipartidário para o pacote de ajuda, mas vários republicanos opõem-se e o líder da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, recusa-se a levar o projeto de lei a votação.

Os responsáveis pela defesa alertam para o facto de a Ucrânia estar a ser ultrapassada pela Rússia no campo de batalha. Os militares ucranianos queixam-se de ter poucas munições, enquanto enfrentam uma barragem constante de ataques aéreos de armas não guiadas da era soviética, bem como drones explosivos com sensores de movimento.