O construtor romeno reforçou a sua posição no segmento C com o Jogger, modelo homogéneo e versátil destinado a clientes com menor orçamento. O preço é, na verdade, o principal argumento deste automóvel familiar com uma habitabilidade próxima de um monovolume e traços de SUV. O Dacia Jogger Eco G Bi-Fuel 100 Extreme está disponível a partir dos 20.750 euros, mas o vasto equipamento desta versão faz subir o preço para os 30.989 euros.
Quando entramos no Jogger a sensação que temos é que espaço é coisa que não falta. Os passageiros viajam bem instalados e quem ocupa o banco traseiro tem espaço suficiente para as pernas e em altura. Outro aspeto igualmente importante num familiar é a capacidade da bagageira. Neste caso, o volume de carga varia entre os 829 litros e os 2.094 litros com os bancos traseiros rebatidos, significa isto que há espaço para colocar o carrinho de bebé e uma bicicleta infantil, entre outros objetos. Existe uma versão de sete lugares, com uma terceira fila de dois bancos individuais removíveis, que custa mais 900 euros. Mas nem tudo é perfeito a bordo deste modelo. Alguns plásticos duros no habitáculo são o aspeto menos agradável, mas o Jogger não é de grandes luxos, mesmo assim a relação preço/qualidade é correta.
O Dacia Jogger está disponível em três motorizações: Hybrid 140, 110 TCe e Eco-G 100, foi esta última que experimentámos. O motor de três cilindros a gasolina 1.0 de 100 cv é suficiente para manter um bom ritmo, praticamente não sentimos diferença na condução entre a gasolina e o GPL (Gás de Petróleo Liquefeito). A passagem de um combustível para o outro é impercetível, e faz-se através de um botão que está na parte inferior do tablier. O motor está associado a uma caixa manual de seis velocidades, que podia ser um pouco mais suave. As primeiras relações são bastante curtas e ajudam a ganhar vivacidade, as mudanças intermédias não comprometem o desempenho do motor e a sexta mais longa destina-se a manter uma velocidade de cruzeiro sem penalizar o consumo. As performances não são a prioridade do Jogger, que atinge os 175 km/h a acelera de 0 a 100 km/h em 12,3 segundos.
Num percurso com muita autoestrada e alguns quilómetros em estradas nacionais, registámos uma média de 7,3 litros a gasolina e 10 litros a GPL, essa diferença explica-se pelo menor rendimento energético do GPL. Se tivermos em conta o preço da gasolina 95 simples (1,65 €/l) e do GPL (0,79 €/l), o custo de utilização do Jogger é de 12,04 €/100 km a gasolina e 7,90 €/100 km a GPL, esta diferença dá que pensar. O Jogger está equipado com dois reservatórios, um de 50 litros para a gasolina e outro de 40 litros para o GPL, significa isto que, com as médias que fizemos, podemos percorrer mais de 1.000 quilómetros com 114,1 €.
Sendo um veículo destinado à família é também um bom companheiro de viagem. O comportamento dinâmico foi uma boa surpresa. A suspensão eficaz e uma estrutura rígida impedem que haja movimentos de carroçaria que influenciem a condução, temos sempre uma sensação de segurança. A direção podia ser mais precisa, mas não compromete a condução. Menos agradável é a insonorização, pois os ruídos aerodinâmicos e de rolamento são bem audíveis no habitáculo. A distância ao solo (200 mm) permite andar em vários tipos de estrada. Por essa razão, o Jogger está equipado com o Extended Grip, sistema que doseia a aceleração transmitida de uma roda para outra para que os pneus tenham sempre a melhor aderência em areia, lama ou neve.
A Dacia caprichou no equipamento da versão Extreme que compreende, entre outros elementos, sensores de chuva e luz, luzes diurnas LED, cruise control, volante com regulação em altura e profundidade, ar condicionado automático, cartão mãos livres, vidros traseiros escurecidos, faróis de nevoeiro, sensores de estacionamento traseiro com câmara de marcha-atrás, entrada USB, tomada de 12V e barras modulares no tejadilho que podem suportar até 80 quilos (bicicletas, skis, bagageira de tejadilho). No capítulo de segurança, além de inúmeros airbags, está equipado com assistência à travagem de emergência, ESP com sistema de ajuda ao arranque em plano inclinado, sensores da pressão dos pneus e chamada de emergência E-Call. Este modelo tinha alguns interessantes opcionais, caso do pack Media Nav, com sistema de navegação, ecrã central multimédia de oito polegadas com ligação ao smartphone através do Android Auto e/ou Apple CarPlay e uma entrada USB adicional na parte inferior da consola central. Outro opcional era o Pack Confort II, composto por travão de estacionamento elétrico, sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro, alerta de ângulo morto, travão de estacionamento assistido, consola central elevada com apoio de braço central e espaço de arrumação.