A Federação Internacional de Motociclismo, presidida pelo português Jorge Viegas, comemora o 75.º aniversário do Mundial de motociclismo com o campeonato mais longo da história, com 21 Grandes Prémios e 17 países no roteiro. Portugal é a segunda prova de uma época que só termina a meio de novembro, em Espanha.
Em termos desportivos, a Ducati esmagou os rivais no Qatar e colocou seis motos nos sete primeiros lugares, a exceção foi o terceiro lugar da KTM, com Brad Binder. No rápido e exigente circuito de Portimão, com 4,684 km de extensão, espera-se uma reação dos pilotos da Aprilia ao domínio do bicampeão do mundo Francesco Bagnaia, que venceu no Algarve em 2023. Espera-se igualmente um andamento muito forte dos pilotos KTM na tentativa de chegarem à vitória. Por aquilo que se viu na primeira prova, a Honda e a Yamaha estão no patamar inferior. Pode ser que num circuito bastante técnico a condução apurada de Marc Márquez, numa Ducati privada, e de Fabio Quartararo, com a Yamaha oficial, possam compensar a menor competitividade das suas motos.
Miguel Oliveira está na sexta temporada de MotoGP com a Trackhouse Racing. A equipa norte-americana estreia-se nas duas rodas e o piloto português dispõe de uma moto semelhante à dos pilotos oficiais, mas o começo não foi o desejado. Nos testes de pré-época demorou a encontrar a melhor afinação para a Aprilia e no Qatar voltou a ter problemas. Antes da prova afirmou que lutar pelo top 10 era um bom resultado, e não se enganou muito; foi 13.º na corrida Sprint e 15.º no Grande Prémio. O piloto venceu a prova portuguesa em 2020 e quer mostrar a sua rapidez numa pista que significa muito para si. «O Grande Prémio de Portugal é o momento mais especial da temporada. Competir no meu país é a maior das emoções para mim. O objetivo é continuar a melhorar o meu feeling com a moto e demonstrar uma boa velocidade e poder lutar por boas posições», disse. O piloto da Aprilia acrescentou: «Portimão é um circuíto onde passamos mais tempo inclinados e isso pode ser benéfico para nós. Vamos fazer alterações e depois do fim de semana começar posso ter uma ideia mais concreta do que será um bom resultado».
O traçado de Portimão é dos mais excitantes para os pilotos das duas e das quatro rodas, embora não seja das pistas mais fáceis para ultrapassar, sobretudo em corridas de automóveis.Tem 15 curvas, nove para a direita e seis para a esquerda, algumas ‘cegas’, que exigem fortes travagens, subidas e descidas vertiginosas, chegam aos 12% de inclinação entre as curvas 8 e 9 e 11 e 12, e a longa reta da meta, onde os pilotos de MotoGP ultrapassam os 340 km/h.
Além das habituais corridas de MotoGP (1000 cc), Moto2 (765 cc), Moto3 (250 cc), o Grande Prémio de Portugal marca o início da temporada de MotoE, competição disputada por nove equipas e 18 pilotos com as Ducati V21L, com motor elétrico de 110 kW (150 cv), que atingem 275 km/h.
O programa do Grande Prémio de Portugal começa hoje com os treinos livres das quatro categorias. No sábado, realiza-se a prova Sprint de MotoGP (15h00) e as duas corridas de MotoE (12h15 e 16h10). O domingo vai ser bastante preenchido, com as corridas de Moto3 (11h00), Moto2 (12h15) e MotoGP (14h00).
De salientar que durante o evento vão ser usadas no paddock apenas scooters elétricas e os responsáveis do Autódromo Internacional do Algarve vão realizar 12 medidas ambientais de forma a garantir a certificação ISO 20121. Este será o Grande Prémio mais sustentável de sempre no nosso país.
Alta velocidade no Algarve
O MotoGP está em Portimão este fim de semana. Miguel Oliveira vai dispor de uma Aprilia de fábrica para tentar contrariar o favoritismo da Ducati.