União Europeia reforça o apoio à Ucrânia

Kiev recebeu esta semana mais 5 mil milhões de euros e uma promessa de apoio até 2027.

Após o ato que revalidou o poder de Vladimir Putin – que obteve, sem surpresa, mais de 80% dos votos –, numa tentativa de legitimação do regime, a União Europeia continua determinada em não deixar cair os ucranianos. Foram enviados, esta semana, mais 4,5 mil milhões de euros, desta vez através do projeto Ukraine Facility.

Emmanuel Macron, após reunir com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, continua determinado e não coloca de lado a possibilidade do envio de tropas para território ucraniano.

O Fundo de Assistência

No dia 13 de março, os 27 Estados membros decidiram, por consenso, rever o Orçamento do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, que financia a intervenção europeia nos conflitos externos. A Bélgica, que atualmente assume a presidência do Conselho, informou através da rede social X, que «os embaixadores da União Europeia chegaram a um acordo de princípio sobre uma reforma no Mecanismo Europeu de Apoio à Paz para apoiar a Ucrânia com 5 mil milhões de euros em 2024».

O Fundo não só providencia apoio ao esforço de guerra, mas mantém também à tona os serviços públicos básicos do país.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia que procura a reeleição em junho, encontrou-se com o primeiro-ministro ucraniano e declarou ter sido um «bom dia para a Ucrânia, já que mais fundos da União Europeia foram canalizados para atender necessidades urgentes (…) A Ucrânia apresentou também o Plano Ucrânia» que «traça como poderá voltar ao rápido crescimento e começar a recuperar as perdas causadas pela guerra». Ficou ainda a promessa de apoio até 2027.

A ajuda vem num momento crucial, em que a Europa despertou para a possibilidade de não contar com o seu maior e mais importante aliado, os Estados Unidos. Os inúmeros bloqueios aos pacotes de ajuda destinados à Ucrânia por parte do Congresso e uma possível eleição de Donald Trump em novembro deste ano, forçarão a União Europeia e os membros europeus da NATO a redesenhar a sua estratégia de defesa e de política externa.

O empenho de Macron

França tem sido, ao longo da história, o principal propulsionador do aprofundamento das relações europeias. Após a ideia, rejeitada por vários Estados membros, de envio de tropas da NATO para a Ucrânia – o que poderia evoluir rapidamente para a Terceira Guerra Mundial –, o Presidente francês mantém-se empenhado e declarou que «todas as opções são possíveis». «Hoje, para ter paz na Ucrânia, não podemos ser fracos», concluiu.