Marine Le Pen julgada por suspeita de desvio de fundos da UE

O Parlamento Europeu estima que, entre 2009 e 2017, foram perdidos 6,8 milhões de euros.

O Tribunal de Paris anunciou, esta quinta-feira, que a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, juntamente com outros 26 membros da União Nacional (RN, em inglês) serão julgados, em setembro, por suspeita de desvio de fundos europeus.

O ex-presidente do RN, e atual presidente da Câmara de Perpignan, Louis Aliot, que, tal como Marine Le Pen, é acusado de desviar fundos, afirmou: “Poderemos finalmente defender-nos”.

Os 26 membros da RN são suspeitos de colocar em prática, “de maneira concertada e deliberada”, um “sistema de desvio” de envelopes – que continham 21 mil euros, todos os meses – atribuídos pela União Europeia (UE), a cada eurodeputado, para pagar a assistentes parlamentares que trabalhavam total ou parcialmente para o partido.

Os magistrados judiciais irão decidir, a 3 de julho, após parecer de peritos, se o pai da líder da extrema-direita, e fundador da Frente Nacional (atual RN), Jean-Marie Le Pen, de 95 anos, está apto a preparar a sua defesa e a assistir ao julgamento

Entre os arguidos, estão ainda 11 deputados europeus eleitos nas listas da FN, 12 dos seus assistentes parlamentares e quatro funcionários do partido.

Os arguidos, estão a ser investigados desde março de 2015, quando o Parlamento Europeu (PE) indicou que tinha remetido para o gabinete antifraude da EU, possíveis irregularidades, levadas a cabo pela FN, no que toca aos salários pagos aos assistentes parlamentares.

Um ano mais tarde, as investigações foram passadas a dois juízes de instrução financeira de Paris, tendo Marine Le Pen sido acusada, em junho de 2017, de abuso de confiança e cumplicidade. Estas acusações foram depois reclassificadas como “desvio de fundos públicos”.

Em 2018, três anos depois do inicio das investigações, o PE informou que perdeu, entre 2009 e 2017, 6,8 milhões de euros.