Condenado a 5 anos de prisão por criticar laços de Marrocos com Israel

Marrocos foi uma das quatro nações árabes a estabelecer laços com Israel em 2020, como parte dos Acordos de Abraão, mediados pelos Estados Unidos.

Um cidadão que criticou a decisão de Marrocos de normalizar as relações com Israel foi condenado a cinco anos de prisão, numa altura que alguns dos maiores protestos pró-Palestina do mundo árabe varrem o país. Abdul Rahman Zankad, de Mohammedia, foi preso em março depois de postar no Facebook sobre a guerra de Israel na Faixa de Gaza e a decisão de Marrocos em 2020 de estabelecer laços diplomáticos com Israel.

Um tribunal considerou-o culpado de insultar uma instituição constitucional e de incitação à violência. Foi ainda  multado em 50 mil dirhams  (cerca de 5 mil euros). O Espaço Marroquino para os Direitos Humanos, grupo de defesa da liberdade civil, considerou as acusações infundadas e que o processo viola o direito de Zankad a um julgamento justo.

Manifestações

Dezenas de milhares de manifestantes de todo o espetro político saíram às ruas em Marrocos para denunciar Israel e expressar apoio aos grupos políticos palestinianos. Os manifestantes criticaram os aliados de Israel, incluindo os EUA, exigindo que o governo «derrubasse a normalização».

Marrocos foi uma das quatro nações árabes a estabelecer laços com Israel em 2020, como parte dos Acordos de Abraão, o que levou tanto os EUA como Israel a reconhecerem a reivindicação de Marrocos sobre o disputado Sahara Ocidental.

Tanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros como o Palácio Real emitiram declarações denunciando a guerra e expressando solidariedade para com os palestinos em Gaza, mas sem sinalizar qualquer intenção de cortar laços com Israel.