China considera Biden hipócrita depois de acusações de xenofobia contra Pequim

O Presidente norte-americano abordou o comércio mundial do aço e deixou avisos a Pequim: “Não estou à procura de um confronto com a China, quero concorrência, mas uma concorrência justa”.

A China acusou, esta quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) de hipocrisia, depois do chefe de Estado norte-americano ter criticado, abertamente, o país asiático por alegada xenofobia e batota no comércio mundial do aço.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, reagiu às declarações de Joe Biden, numa conferência de imprensa, dizendo: “Gostaria de lhe perguntar: está a falar da China ou está a falar dos Estados Unidos”.

Numa visita de campanha, ao Estado da Pensilvânia nos EUA, Biden lançou acusações a Pequim, dizendo que a China faz “batota” no comércio mundial de aço, prejudicando os fabricantes norte-americanos e o seus trabalhadores.

Com estas declarações, o atual presidente e candidato na próxima corrida à Casa Branca, procurou agradar a um eleitorado fundamental, muito disputado com Donald Trump, o outro concorrente às presidenciais norte-americanas.

Joe Biden disse, referindo-se à China, que “são xenófobos”, durante um discurso na sede do sindicato dos trabalhadores do aço (USW) em Pittsburgh, a histórica capital do aço dos EUA.

O líder democrata, lamentou o facto de as empresas siderúrgicas chinesas “não terem de se preocupar em obter lucros porque o governo chinês as subsidia fortemente”. “Não competem, fazem batota. E nós vimos os danos aqui na América”.

“Não estou à procura de um confronto com a China, quero concorrência, mas uma concorrência justa”, esclareceu Joe Biden, negando qualquer “guerra comercial” com Pequim.

Biden anunciou ainda, na passada quarta-feira, que pretende triplicar as taxas alfandegárias sobre o aço e alumínio vindos da China.

Pequim, contudo, já disse que: “Sempre pedimos aos Estados Unidos que respeitem sinceramente os princípios da concorrência leal, que respeitem as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que ponham imediatamente termo às suas medidas protecionistas contra a China”.

Lin Jian alertou também que serão tomadas “todas as medidas necessárias para salvaguardar os seus direitos legítimos”.