Os SUV com a configuração de coupé continuam em alta e a conquistar uma clientela jovem e urbana. Um bom exemplo é o Renault Arkana que, desde o seu lançamento em 2021, tem tido boa aceitação no mercado nacional. Construído sobre a plataforma CMF-B da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, sofreu uma atualização estética o ano passado, e a linha agressiva surge agora com detalhes específicos, caso dos grupos óticos em ‘C’, do novo símbolo Nouvel’R integrado na grelha dianteira e do farolim traseiro a toda a largura da porta da bagageira. A versão topo de gama Esprit Alpine recebe vistosas jantes de 19 polegadas, o badge Alpine nos guarda-lamas dianteiros e a lâmina cinzenta acetinada no para-choques dianteiro, um arranjo estético que pretende tirar partido da imagem desportiva da Alpine.
A imagem exclusiva estende-se ao interior, que tem um design moderno. Os acabamentos são bons e maioria dos materiais dão a sensação de qualidade, embora haja também plásticos duros. Os bancos são numa mistura de Eco Tep (10% de materiais de origem biológica) e imitação de camurça, e têm o logótipo Alpine nas costas. O tablier tem ao centro o ecrã de 9,3 polegadas, onde podemos avaliar as capacidades do sistema multimédia Easy Link com navegação e compatível com Android Auto ou Apple CarPlay. Todos os dispositivos são intuitivos e fáceis de manusear. Referência ainda para o volante aquecido com pespontos azul, branco e vermelho e para os amplos espaços para arrumação no interior.
O Arkana faz igualmente boa figura em matéria de habitabilidade. Nos lugares traseiros, os passageiros dispõem de espaço suficiente para as pernas e em altura, mas não é tão confortável em largura com três adultos a bordo. A forma descendente da carroçaria própria dos SUV dificulta um pouco a acessibilidade aos lugares traseiros a pessoas maior estatura. A bagageira está bem dimensionada para um veículo familiar. O volume varia entre 480 litros na configuração de cinco lugares e os 1.263 litros com os bancos traseiros rebatidos.
O equipamento Esprit Alpine é um dos pontos fortes desta versão. Em termos de conforto, temos ar condicionado automático, bancos dianteiros com regulação elétrica e banco do condutor com regulação lombar, cartão Renault “Mãos-Livres”, consola central com apoio de braço e arrumação e luz ambiente interior, tudo isto ajuda a criar uma boa harmonia a bordo. O Arkana dispõe ainda de luzes LED e sensores de chuva e luminosidade. O nível de segurança é bastante elevado, uma vez que inclui ESP e sistema de ajuda ao arranque em subida, assistência à travagem de emergência, sistema de travagem ativa com deteção de peões e ciclistas, alerta de excesso de velocidade com reconhecimento de sinais de trânsito, aviso e prevenção de saída da faixa de rodagem, alerta de ângulo morto e de obstáculo lateral, deteção da pressão dos pneus e chamada de emergência Renault. Entre as opções, encontramos o Pack Parking 360º (750 euros), composto por alerta de obstáculo lateral, sistema de ajuda ao estacionamento Easy Park Assist e câmara 360º, o sistema de Som Premium Bose (700 euros), tejadilho preto (300 euros) e teto de abrir (1.000 euros).
Galeria Imagens
A posição de condução mais elevada do que numa berlina é uma caraterística típica dos SUV. O condutor conta com volante em couro, travão de estacionamento automático, retrovisor interior electrocromático, cruise control adaptativo, retrovisores exteriores rebatíveis e com desembaciamento. A configuração de coupé limita um pouco a visibilidade traseira nas manobras de estacionamento, mas o condutor tem a ajuda do sistema de ajuda ao estacionamento Easy Payk Assist.
A versão mild-hybrid conta com o “enorme” motor 1.3 turbo a gasolina de 158 cv, que é auxiliado por um gerador de energia associado a uma bateria de iões de lítio de 12 V, ou seja, é 13 cv mais potente que a motorização full-hybrid E-Tech. Este sistema tem um funcionamento muito suave e é percetível pelo indicador luminoso que aparece no painel de instrumentos. Segundo a marca, esta tecnologia micro-híbrida permite reduzir o consumo até 8% e as emissões de CO2 em 8,5%.
A potência é enviada às rodas dianteiras através de uma caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades. Esta transmissão tem um funcionamento suave numa condução normal, quando se pisa o acelerador com mais vigor não é tão rápida quando desejávamos na passagem de relação, mas também não compromete a condução. O Arkana atinge uma velocidade máxima de 174 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 9,1 s. Num percurso misto registámos um consumo médio de 7,1l/100 km. Em cidade, o valor foi de 6,4 l/100 km e em estrada de 6,91/100 km.
O modelo da Renault inspira confiança. Quando adotamos uma atitude mais desportiva em zonas de curvas encadeadas é ágil e quase não sentimos movimentos de carroçaria, isso deve-se a um amortecimento firme e aos múltiplos sistemas de ajuda à condução. O mau piso é perfeitamente assimilado pela suspensão sem que isso tenha grande influência no conforto. A direção tem uma boa consistência. O desempenho dinâmico está em linha com aquilo que os clientes de um SUV esperam. A versão Esprit Alpine está equipada com o sistema Multi Sense que permite escolher três modos diferentes de condução: Eco, Sport e MySense, no qual o condutor pode escolher as afinações desejadas. No modo Sport há nitidamente sensações desportivas, nos outros dois modos quase não sentimos diferença passar de um modo para o outro. Em qualquer dos modos, existe sempre a sensação de segurança para quem está ao volante.
O Renault Arkana Esprit Alpine mild hybrid 160 EDC está disponível a partir de 36.890 euros, a versão experimentada custa 42.004 euros. Um preço em linha com aquilo que os concorrentes oferecem tendo em conta a dotação de equipamento.
