Centenas de milhões com níveis elevados de insegurança alimentar

Embora a percentagem global da população em insegurança alimentar aguda tenha sido inferior à de 2022, foi mais alta que os níveis anteriores à pandemia de covid-19.

Cerca de 281,6 milhões de pessoas enfrentavam elevados níveis de insegurança alimentar aguda em 2023. No ano passado, as crises alimentares aumentaram drasticamente em zonas de conflito como por exemplo o Sudão. Estes dados constam da mais recente edição do Relatório Global sobre Crises Alimentares produzido pela Rede de Informação sobre Segurança Alimentar, que analisou 59 países/territórios em crise alimentar.

Embora a percentagem global da população analisada que enfrenta níveis elevados de insegurança alimentar aguda tenha sido inferior à de 2022, permaneceu mais elevada face aos níveis anteriores à pandemia.

O conflito iniciado no ano passado no Sudão provocou um rápido aumento da insegurança alimentar aguda e de desnutrição dessas populações. «A grave escalada do conflito no Sudão a partir de abril de 2023 conduziu a crises alimentares devastadoras», aponta o relatório.

Classificação

Para avaliar uma situação de insegurança alimentar aguda, as agências internacionais recorrem a uma ferramenta técnica, o Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar, que se baseia numa escala de padrões científicos internacionais.

A classificação ‘Fome’ representa a fase de maior gravidade da escala de insegurança alimentar aguda do IPC, que possui cinco estágios: fase 1 (mínima), fase 2 (stresse), fase 3 (crise), fase 4 (emergência) e, finalmente, fase 5 (catástrofe/fome).

O Sudão tem o maior número de pessoas no mundo a enfrentar níveis de Emergência (IPC Fase 4) de insegurança alimentar aguda.