Ministra rejeita saneamento político na SCML

O processo de substituição de Ana Jorge “é urgente, mas não é precipitado”, garantiu a governante

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acusou esta terça-feira a provedora exonerada da Santa Casa de “total inação” e a administração de se beneficiar a si própria. Maria Rosário Ramalho rejeitou a ideia de “saneamento político” na exoneração.

Em entrevista à RTP, a ministra  afirmou ter “uma fundamentação muito sólida” para a decisão de exonerar a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Ana Jorge, assim como a restante mesa (administração) da instituição.

“Já ouvi até que foi um saneamento político. Não foi nada”, garantiu Maria Rosário Ramalho, que justificou a demissão “por razões de gestão”, acusando Ana Jorge de “total inação” face à situação de crise financeira que herdou da anterior administração. 

A governante reiterou o que o Governo já havia afirmado no comunicado relativo à exoneração sobre a inexistência de um plano de reestruturação.

“A conversa que tivemos não evidenciou nenhum sentido de urgência face à situação que existia”, disse Maria do Rosário Ramalho, insistindo que “não havia nada” e que desde a tomada de posse Ana Jorge “não fez nada” para inverter a situação financeira.

A ministra afirmou que “não nos passava pela cabeça [do Governo], que não tivesse um plano de reestruturação financeira” ou que “tivesse aumentado despesas com pessoal”, referindo que apenas foram cortadas despesas com 19 dirigentes, que perderam esses cargos e os suplementos a eles associados, mas se mantiveram na instituição. 

Maria do Rosário Ramalho, sublinhou, por outro lado, a decisão da mesa em aumentar os seus próprios salários. “Os da mesa até foram aumentados. Estranhámos. (…) beneficiaram-se a si próprios, não, de todo, as pessoas que estão na operação”, criticou a ministra, que referiu que a maioria dos trabalhadores na SCML ganha o salário mínimo.

Maria do Rosário Ramalho rejeitou as alegações de saneamento político apontadas ao Governo na exoneração de Ana Jorge, que se mantém no cargo em gestão corrente até ser substituída no cargo, como “é obrigação de qualquer pessoa que exerce funções públicas”.

O processo de substituição de Ana Jorge “é urgente, mas não é precipitado”, garantiu a governante.